Nos bancos, o horário de atendimento ao público pode sofrer alterações, com as agências abrindo e fechando mais cedo do que o habitual. Isto acontecerá especialmente em regiões onde o horário de verão está no lugar, tentando garantir que a operação esteja alinhada com o novo fuso.
O objetivo é evitar inconsistências nos sistemas bancários que operam no país, considerando os tempos de compensação bancária, transferências bancárias e transações financeiras. Os serviços públicos, como as câmaras municipais, os departamentos de trânsito e os centros de atendimento ao cidadão, também precisam de adaptar os seus horários de funcionamento.
Órgãos federais e estaduais poderiam publicar novas tabelas cirúrgicas para evitar que a população fosse prejudicada pelas mudanças. O impacto de horário de verão nos bancos e serviços públicos, deve ser comunicado antecipadamente para que a população possa planejar e adaptar suas rotinas, garantindo que as transações e serviços financeiros não sejam afetados.
Empresas e restaurantes são a favor do retorno ao horário de verão
A possível volta do horário de verão em 2024 tem gerado expectativas positivas em setores como varejo e bares e restaurantes. A proposta de adiantar o relógio em uma hora é vista como uma oportunidade para dinamizar a economia ao aumentar a circulação de pessoas em horários com mais luz natural.
A restauração do horário de verão poderá ter um impacto indireto, uma vez que o aumento da atividade econômica fortalece os setores que empregam trabalhadores mais experientes. Para bares e restaurantes, ampliar o horário diurno pode aumentar o faturamento em até 15%, conforme destaca Paulo Solmucci, presidente da Abrasel.
Essa medida incentiva o lazer e o consumo fora do horário de trabalho, o que pode beneficiar diretamente os profissionais que atuam nesses segmentos. As perspectivas para o comércio também são optimistas. Claudio Felisoni de Angelo, do Ibevar, destaca que o horário de verão favorece as vendas e amplia as possibilidades de compra, criando um círculo virtuoso para os setores de serviços e varejo. Desta forma, mudar o relógio pode trazer benefícios econômicos significativos em diversos setores.
A volta do horário de verão continua em discussão
O governo analisa a possibilidade de restabelecer o horário de verão no Brasil. O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, disse que o contexto será avaliado e que a proposta de restauração do horário de verão deverá ser levada ao governo para decisão final nos próximos dias.
Silveira indicou que o regresso ao horário de verão poderá acontecer dentro de 30 dias, sublinhando que ainda há tempo para organizar a medida. Segundo ele, a iniciativa teria efeitos positivos, principalmente nos horários de pico, entre 18h e 20h.
O ministro explicou que, nesse período, o Brasil não dependerá mais da energia solar e a produção eólica diminuirá. Isto exige o uso de energia térmica, tornando o DST uma importante estratégia para otimizar o consumo de energia no país.
Benefícios de retornar ao horário de verão
Uma pesquisa mostra que 43,6% dos entrevistados acreditam que o horário de verão contribui para a economia de energia e recursos. Pelo contrário, 39,9% acreditam que a medida não oferece poupança, enquanto 16,4% não têm opinião ou estão indecisos.
No Sul, 47,7% da população acredita que adiantar o relógio ajuda a poupar recursos. Em termos de impacto econômico, 51,7% dos participantes acreditam que o horário de verão é benéfico para o comércio e serviços, como lojas e restaurantes. 32,7% não recebem benefícios e 15,4% estão incertos. A pesquisa tem margem de erro de 2 pontos percentuais, com nível de confiança de 95%.
Por que o horário de verão foi abolido?
O horário de verão foi abolido em 2019 por decreto do então presidente Jair Bolsonaro. Na época, uma nota técnica do Ministério de Minas e Energia (MME) indicava que não havia razões econômicas para continuar a prática.
O MME explicou na ocasião que a decisão de encerrar o horário de verão, nos termos do decreto nº. 9.772/2019, baseou-se em análises realizadas pelo próprio Ministério e pelo Gestor Nacional do Sistema Elétrico (ONS). Esses estudos inéditos demonstraram que a medida já não gerava os resultados esperados, tornando-se supérflua.