Alimentos ultraprocessados são produtos alimentares que passam por múltiplas etapas de transformação industrial, incorporando uma variedade de aditivos químicos para melhorar sabor, textura e vida útil. Estes aditivos incluem conservantes, corantes e aromatizantes artificiais. Embora amplamente disponíveis, seu consumo excessivo pode acarretar riscos à saúde.
Esses alimentos diferem de outros produtos industrializados, pois não são todos os alimentos produzidos em fábricas que passam pelo mesmo grau de processamento ou incluem aditivos. Alguns alimentos processados podem conter mais de três ingredientes e serem saudáveis, desde que provenham diretamente de fontes naturais.
Como diferenciar alimentos ultraprocessados de industrializados?
A distinção entre alimentos ultraprocessados e industrializados pode ser feita pela análise da lista de ingredientes. Produtos ultraprocessados frequentemente incluem itens químicos ou compostos pouco reconhecíveis. Nomes complexos, como glutamato monossódico, na lista de ingredientes indicam processamento elevado.
Quais são os impactos do consumo de alimentos ultraprocessados na saúde?
O consumo regular de alimentos ultraprocessados está associado a uma série de problemas de saúde. Esses produtos são, em geral, caracterizados por uma alta densidade calórica, elevados níveis de sódio e gorduras saturadas, e baixo teor de fibras. Essas características contribuem para doenças metabólicas, cardiovasculares e obesidade.
Além disso, há pesquisas indicando que o consumo desses alimentos pode aumentar o risco de câncer, incluindo tipos específicos como câncer de mama, cólon e reto. Compostos como nitritos, nitratos e acrilamida, comuns em ultraprocessados, são potenciais promotores desses riscos.
O que dizem os estudos sobre os custos e riscos associados aos ultraprocessados?
Estudos realizados por instituições como a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) revelam que o Brasil gasta anualmente cerca de R$ 10,4 bilhões devido aos efeitos negativos dos ultraprocessados na saúde pública. Esses custos incluem tratamentos médicos e perdas econômicas devido a aposentadorias precoces e licenças médicas.
Dados indicam que, em 2019, aproximadamente 57 mil mortes prematuras foram atribuídas ao consumo desses alimentos, correspondendo a uma média de seis mortes por hora. As doenças crônicas mais relacionadas a esse consumo são obesidade, diabetes tipo 2 e hipertensão arterial.
Quais aliementos são industrializados mas não ultraprocessados?
- Iogurte natural (leite e fermento lácteo);
- Queijos tradicionais (mussarela, minas e parmesão, compostos por leite, sal e coalho);
- Leite pasteurizado ou UHT sem adição de açúcares ou sabores artificiais;
- Grãos e leguminosas embalados (feijão, grão-de-bico, ervilha, milho e lentilha enlatados ou em sachês, quando conservados apenas em água e sal);
- Massas simples (macarrão comum ou integral composto apenas de farinha e água);
- Farinha e cereais (farinha de trigo integral ou aveia em flocos sem adição de açúcares ou aromatizantes);
- Proteínas enlatadas (como sardinha ou atum conservados em óleo ou água, sem conservantes ou realçadores de sabor);
- Óleos e gorduras (azeite de oliva extra virgem ou óleo de coco puro);
- Sucos integrais 100% fruta, sem açúcar ou conservantes;
- Pães artesanais ou integrais (feitos com farinha, água, fermento e sal);
- Polpa de frutas congeladas sem adição de açúcares.