A possibilidade de fusão entre a companhia aérea Azul e o grupo Abra, controlador da Gol, tem gerado especulações sobre os potenciais efeitos para os consumidores brasileiros. Embora a ideia de combinação das operações possa suscitar preocupações, especialistas do setor acreditam que no curto prazo, os preços das passagens não serão significativamente impactados. Ygor Bastos, analista de aviação da Genial Investimentos, compartilhou em entrevista recente que, ao contrário do que muitos poderiam esperar, a fusão pode até mesmo resultar em passagens mais acessíveis. Isso se daria pela prática de vender trechos casados, o que geralmente reduz o custo para os consumidores. Contudo, o contexto mudaria no longo prazo, caso uma das companhias enfrentasse dificuldades financeiras que levassem a uma quebra.
O Que Acontece se uma das Companhias Quebrar?
No longo prazo, a quebra de uma das companhias resultantes da fusão poderia levar a um cenário mais preocupante para o consumidor. Com a demanda por voos se mantendo em altas após a pandemia, a falência de uma empresa como a Gol ou Azul poderia reduzir drasticamente a capacidade de mercado do Brasil, gerando um desequilíbrio entre oferta e demanda por assentos, elevando assim os preços.
Outro fator considerado é a cadeia de suprimentos global, que ainda enfrenta atrasos nas entregas de aeronaves. Com uma redução na capacidade local, a reposição de aeronaves tenderia a ocorrer em mercados menos sobrecarregados, o que não favoreceria o Brasil.
Como a Fusão Pode Afetar a Competição e Preços?
A fusão entre Azul e o grupo Abra também traria um aumento no poder de precificação para as rotas em que as duas empresas atuam sem rivais. Em aeroportos onde a Azul opera sem concorrência, já se observa tarifas mais altas por quilômetros voados quando comparadas a regiões onde há competição.
Este aumento no controle de preços poderia ser benéfico para a gestão de ocupação dos voos. Ao consolidar a capacidade de passageiros em menos aviões, a fusão permitiria uma melhora na eficiência operacional, o que, em teoria, poderia resultar em preços mais baixos para os consumidores.
Quais São as Expectativas para o Setor Aéreo?
Por fim, mesmo com as incertezas que rondam uma possível fusão, o setor aéreo brasileiro ainda projeta crescimento. A manutenção da demanda elevada oferece uma perspectiva otimista, mas é essencial acompanhar como as companhias vão adequar suas operações e estratégias para maximizar a ocupação dos voos e ofertar tarifas competitivas.
Levar em conta a demanda do consumidor continuará sendo essencial na formação de preços. O equilíbrio entre oferta e demanda, otimização das rotas e eficiência operacional definirão como qualquer fusão influenciará o mercado de aviação no Brasil.