Por que estou esquecendo as coisas com mais frequência?

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Você já esqueceu onde deixou as chaves, ficou em branco no meio de uma frase ou não lembrou o que ia fazer ao entrar em um cômodo? Se você está na faixa dos 30 a 40 anos e tem se preocupado com esquecimentos frequentes, saiba que não está sozinho.

É cada vez mais comum que adultos jovens procurem médicos relatando lapsos de memória e questionando se isso pode ser sinal de algo mais grave, como a Doença de Alzheimer. Embora o receio seja compreensível, a boa notícia é que, na maioria dos casos, esses esquecimentos estão relacionados a fatores benignos, como estresse, cansaço, ansiedade ou até mesmo hábitos de vida pouco saudáveis.


Alzheimer em jovens é raro, mas atenção é necessária

A Doença de Alzheimer, uma das formas mais conhecidas de demência, é extremamente rara antes dos 60 anos. Sua forma precoce existe, mas representa uma parcela muito pequena dos diagnósticos. Por isso, é importante entender que a grande maioria dos esquecimentos em adultos jovens não tem relação com demência.

No entanto, isso não significa que os lapsos devam ser ignorados. Observar com atenção o tipo de esquecimento, sua frequência e o impacto que isso causa na rotina é essencial para entender se há algo preocupante por trás.


Esquecimentos normais x sinais de alerta: como diferenciar?

Um esquecimento ocasional — especialmente em momentos de cansaço, sobrecarga emocional ou estresse intenso — é considerado normal. Porém, alguns sinais merecem investigação médica, principalmente quando:

  • Os lapsos de memória são constantes;
  • Há prejuízo no desempenho no trabalho ou nos estudos;
  • Atividades simples do dia a dia começam a se tornar desafiadoras;
  • Há dificuldade para lidar com dinheiro, dirigir ou reconhecer caminhos conhecidos;
  • Ocorrem mudanças no comportamento, personalidade ou linguagem.

Nessas situações, o mais indicado é procurar um neurologista para uma avaliação detalhada.


Principais causas de esquecimentos frequentes em jovens adultos

Muitos fatores podem contribuir para lapsos de memória, mesmo em pessoas jovens, saudáveis e com boa formação intelectual. Veja os mais comuns:


1. Estresse e ansiedade

A ansiedade é uma das maiores vilãs da memória na atualidade. Ela ativa diversas áreas cerebrais e deixa o cérebro em estado de alerta constante, priorizando a resposta a estímulos ameaçadores. Isso reduz a capacidade de concentração e de armazenar novas informações.

  • Esquecimentos costumam surgir em momentos como apresentações, provas ou após situações emocionalmente desgastantes.
  • O estresse crônico leva à liberação exagerada de cortisol, hormônio que pode prejudicar a memória de curto prazo e até afetar áreas do cérebro ligadas ao aprendizado.

2. Depressão

A depressão também está entre as principais causas de esquecimento em adultos jovens. Ela altera a produção de neurotransmissores essenciais (serotonina, dopamina e noradrenalina), o que impacta diretamente na atenção, concentração e capacidade de organização mental.

  • Pessoas deprimidas relatam “lentidão para pensar” ou dificuldade em realizar tarefas simples.
  • Pode haver falhas na memória recente, dificuldade de planejamento e desmotivação para iniciar atividades.
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3. TDAH não diagnosticado

O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é mais comum do que se imagina em adultos. Muitas pessoas só recebem o diagnóstico na fase adulta, mesmo tendo manifestado sinais desde a infância.

  • Em adultos, os sintomas mais comuns são desatenção, dificuldade de organização, esquecimento de compromissos, perda de objetos e procrastinação.
  • É uma condição neurológica que afeta diretamente a memória de trabalho, ou seja, a habilidade de manter e manipular informações por curtos períodos.

4. Privação de sono

Dormir mal ou por poucas horas afeta diretamente o funcionamento cerebral. Durante o sono ocorrem a consolidação da memória, a reparação de tecidos e a regulação hormonal.

  • Dormir menos de 6 horas com frequência compromete a atenção, o raciocínio e o aprendizado.
  • A privação de sono também pode causar irritabilidade, mau humor e confusão mental.

5. Uso de medicamentos

Medicamentos de uso contínuo ou sem orientação médica podem afetar negativamente a memória. Entre os mais comuns estão:

  • Ansiolíticos (como Rivotril e Diazepam);
  • Antidepressivos;
  • Relaxantes musculares;
  • Sedativos e hipnóticos (como Zolpidem);
  • Anticonvulsivantes.

Esses remédios podem causar sonolência, lentidão cognitiva e lapsos de memória. O uso deve ser sempre monitorado por um médico.


Quando procurar ajuda médica?

Se você percebe que os esquecimentos estão se tornando frequentes, interferem nas suas atividades diárias, ou se sente inseguro sobre o que está acontecendo, vale a pena procurar um neurologista ou psiquiatra. Um diagnóstico precoce pode ajudar não apenas a tratar a causa, mas também a evitar agravamentos.

Além disso, cuidar da saúde mental, alimentar-se bem, manter o sono em dia e evitar o uso abusivo de medicamentos são passos importantes para recuperar o foco e a memória.


FAQ – Esquecimentos frequentes em jovens adultos

1. Esquecer compromissos ou tarefas simples é sinal de Alzheimer?

Não necessariamente. A Doença de Alzheimer é rara antes dos 60 anos. Na maioria dos casos, esquecimentos em jovens estão ligados ao estresse, ansiedade ou problemas de sono.

2. O que fazer para melhorar a memória no dia a dia?

Dormir bem, praticar atividades físicas, manter uma rotina organizada, reduzir o estresse e fazer exercícios para o cérebro são atitudes que ajudam bastante.

3. Quando devo procurar um neurologista por causa de esquecimento?

Se os lapsos de memória se tornarem frequentes, afetarem seu rendimento no trabalho ou nas tarefas diárias, ou vierem acompanhados de alterações de comportamento, é hora de buscar ajuda especializada.

4. O uso de remédios para ansiedade pode causar esquecimento?

Sim. Alguns ansiolíticos e antidepressivos podem afetar a memória, especialmente se usados por longos períodos ou sem supervisão médica.

5. TDAH pode ser diagnosticado na vida adulta?

Sim. Muitos adultos descobrem que têm TDAH apenas na fase adulta. A desatenção persistente, a dificuldade de organização e os esquecimentos recorrentes são sinais comuns dessa condição.

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