A decisão do Congresso de derrubar os decretos do governo Lula que aumentavam o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) causou turbulência política em Brasília. Mas, para o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos‑PB), a medida não representa uma traição — e sim uma resposta clara do Parlamento à insatisfação com aumentos de impostos.
Em um vídeo publicado nas redes sociais nesta segunda-feira (30), Motta chamou de “fake” a narrativa de que teria agido contra o Planalto sem aviso prévio. “Capitão que vê o barco indo em direção ao iceberg e não avisa, não é leal, é cúmplice”, afirmou o deputado.
O que aconteceu com os decretos do IOF?
Na última semana, Câmara e Senado derrubaram três decretos do governo Lula que aumentavam o IOF. A proposta foi aprovada na Câmara com 383 votos a favor e 98 contra — um placar expressivo que incluiu votos de partidos aliados ao governo.
No Senado, a votação ocorreu de forma simbólica, mas o impacto foi o mesmo: uma derrota marcante para o Planalto.
Motta avisou o Planalto antes?
Sim, segundo o próprio presidente da Câmara. Motta afirma que a insatisfação com os decretos já vinha sendo sinalizada ao governo e que o aumento do IOF era visto como impopular e prejudicial à economia.
A decisão de colocar a votação em pauta foi anunciada de última hora, pelas redes sociais, o que pegou parte da base aliada de surpresa. Ainda assim, ele garante que houve alertas prévios.
Por que a medida gerou tanta repercussão política?
Além do conteúdo econômico, o episódio se tornou símbolo de um desgaste entre Executivo e Legislativo. A derrubada dos decretos foi interpretada como uma forma de o Congresso dar um recado ao governo — especialmente diante de atrasos em emendas parlamentares e tensões com o STF.
Motta reforçou que sua postura não atende a “projetos individuais”, e sim ao interesse coletivo. “Presidente de Poder serve ao país, não a partidos”, declarou.
E o que diz o governo Lula?
Diante da derrota, o presidente Lula pediu à Advocacia-Geral da União (AGU) uma análise sobre a legalidade da decisão do Congresso. A dúvida é se o Parlamento extrapolou seus limites ao revogar atos exclusivos do Executivo.
Caso a AGU veja violação de prerrogativas, o governo pode recorrer à Justiça. O ministro Fernando Haddad confirmou a medida, dizendo que o presidente precisa defender a Constituição.
Conclusão
Mais do que o imposto em si, esse episódio expõe uma tensão institucional crescente. O Congresso quer mostrar força, enquanto o Planalto busca preservar sua autonomia.
No centro da disputa está a percepção pública: o povo aguenta mais aumento de imposto? A resposta parece clara, e Hugo Motta capitalizou esse sentimento com um discurso direto ao eleitorado.
FAQs
O que é o IOF?
É o Imposto sobre Operações Financeiras, cobrado em empréstimos, câmbio, seguros e investimentos.
Por que o Congresso derrubou os decretos do IOF?
Por considerar que o aumento era impopular, afetava o mercado e não tinha apoio suficiente entre os parlamentares.
Hugo Motta traiu o Planalto?
Segundo ele, não. Motta afirma que alertou o governo e agiu em defesa do interesse público.
O governo pode reverter a decisão?
Sim, caso a AGU conclua que houve violação da autonomia do Executivo, o governo poderá acionar a Justiça.
Qual o impacto dessa decisão para o governo Lula?
Além de perda de receita, representa um desgaste político com a base aliada e o Congresso.
O que pode acontecer agora?
O governo deve aguardar o parecer da AGU e definir se judicializa a questão ou busca outra forma de recompor a arrecadação.