As infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) estão crescendo entre idosos em Niterói. Entre 2015 e 2024 foram notificados 912 casos em pessoas acima de 60 anos — principalmente sífilis, HIV e hepatites B e C.
A baixa percepção de risco, falta de informação e o mito de que preservativo não é necessário após a menopausa ajudam a explicar esse aumento. A prefeitura realizou um Simpósio sobre ISTs para Idosos e reforçou: a melhor saída é a prevenção.
Resumo rápido
- Aumento de ISTs entre idosos por falta de informação e baixa percepção de risco
- Crescimento de sífilis, HIV e hepatites B e C
- Mito da menopausa que dispensa preservativo eleva o risco
- Ações essenciais: preservativo, campanhas específicas e treinamento de profissionais
O que você precisa saber
As ISTs atingem todas as idades. Idosos têm vida sexual ativa e, sem informação, ficam mais expostos. Entender os sinais, fazer testes e usar proteção reduz riscos e complicações.
Por que esse aumento acontece?
- Vida mais longa e sexualidade ativa na terceira idade.
- Mito: após a menopausa não há necessidade de preservativo — falso.
- Novos encontros via aplicativos e redes sociais.
- Profissionais de saúde nem sempre abordam o tema com naturalidade.
Caso Niterói
Em Niterói (RJ) foram registrados 912 casos de ISTs em pessoas com mais de 60 anos entre 2015 e 2024, incluindo sífilis, HIV, hepatite B e hepatite C. Esses números reforçam que o problema é real e exige ação local.
Principais ISTs que você deve conhecer
| Doença | O que você precisa saber |
|---|---|
| Sífilis | Pode causar feridas, manchas e complicações se não tratada. Teste simples; tratamento eficaz com antibiótico. |
| HIV | Afeta o sistema imunológico. Tratamento antirretroviral controla a infecção; diagnóstico precoce é fundamental. |
| Hepatite B | Inflamação no fígado; existe vacina preventiva. |
| Hepatite C | Também ataca o fígado; há tratamentos curativos, mas não há vacina. |
Sinais e sintomas que você não deve ignorar
- Feridas na área genital
- Corrimento incomum
- Dor ao urinar
- Manchas ou erupções na pele
- Febre sem causa aparente
- Fadiga intensa e perda de peso
- Icterícia (pele e olhos amarelados)
Se notar qualquer sinal, procure atendimento: quanto antes o teste, melhor o resultado do tratamento.
O que fazer se achar que foi exposto
- Pare as relações até esclarecer.
- Procure um posto de saúde ou centro de testagem para testes rápidos.
- Avise parceiros recentes para que também façam exames.
- Inicie o tratamento indicado por um profissional — não se automedique.
- Exija confidencialidade nos serviços de saúde.
Como prevenir: dicas práticas
- Use preservativo em todas as relações sexuais.
- Faça testes regulares se tiver novos parceiros.
- Tome a vacina contra hepatite B se não estiver imunizado.
- Evite compartilhar agulhas ou seringas.
- Converse com o médico sobre PrEP (profilaxia pré-exposição) se houver risco de HIV.
- Aprenda a usar o preservativo corretamente.
- Inclua exames de ISTs em seus check-ups de rotina.
Como falar sobre isso com seu parceiro
- Comece com cuidado: Quero que a gente cuide da nossa saúde.
- Diga o que pensa: Prefiro usar camisinha para a gente ficar seguro.
- Ofereça apoio: Vamos fazer o teste juntos?
- Evite acusações; foque na proteção mútua.
Como falar com o médico
- Seja claro: Quero testar ISTs. Quais exames devo fazer?
- Informe se teve novos parceiros.
- Peça orientação sobre vacinação e prevenção.
- Se for tratado com desrespeito, busque outro profissional.
Papel dos profissionais de saúde e das campanhas públicas
Medidas essenciais que municípios devem adotar:
- Treinamento para profissionais sobre sexualidade na terceira idade.
- Campanhas específicas, com linguagem clara e respeitosa.
- Distribuição de preservativos e disponibilidade de vacinas e testes gratuitos.
- Eventos, oficinas e materiais informativos nos locais frequentados por idosos.
Além disso, é importante considerar os impactos dos hábitos diários sobre a saúde do idoso, consultando materiais sobre hábitos que afetam a saúde na terceira idade ao planejar ações de prevenção.
Você pode cobrar essas ações da sua prefeitura.
Mitos a descartar agora
- Mito: Depois da menopausa não preciso usar camisinha. — Verdade: a menopausa não protege contra ISTs.
- Mito: ISTs só aparecem em jovens. — Verdade: atingem todas as idades.
- Mito: Se não tenho sintomas, não tenho IST. — Verdade: muitas ISTs são assintomáticas no início.
- Mito: Vacina resolve tudo. — Verdade: há vacina para hepatite B, mas não para todas as ISTs.
- Mito: Falar sobre sexo com médico é embaraçoso. — Verdade: é um direito seu; profissionais devem ajudar sem julgar.
Testes e tratamentos: o que esperar
- Testes rápidos para HIV e sífilis: resultado rápido em muitos postos.
- Exames para hepatites: análise de sangue, resultado pode levar dias.
- Sífilis: tratamento com antibiótico costuma curar nas fases iniciais.
- HIV: antirretrovirais controlam a infecção; tratamento possibilita vida saudável.
- Hepatite C: medicamentos que curam a maioria dos casos.
- Siga o tratamento até o fim e tire dúvidas sobre efeitos colaterais e reavaliação.
O que famílias e cuidadores podem fazer
- Conversar com naturalidade sobre sexualidade e saúde.
- Incentivar check-ups que incluam testagem para ISTs quando necessário.
- Ajudar a marcar consultas e acompanhar tratamentos.
- Evitar julgamentos; estigma dificulta o cuidado.
- Apoiar decisões de prevenção (preservativo, vacina).
- Ficar atento a golpes e fraudes que visam idosos: informe-se sobre golpes do falso INSS e sobre mensagens fraudulentas em aplicativos, como descrito em alertas sobre mensagens falsas no WhatsApp, para ajudar quem você cuida a não cair em fraudes.
Como agir se o teste der positivo
- Confirme o diagnóstico em serviço de saúde.
- Inicie o tratamento recomendado.
- Informe contatos recentes para interromper cadeias de transmissão.
- Busque apoio emocional (grupos, profissional).
- Mantenha acompanhamento médico regular.
Estratégias municipais simples que você pode cobrar
- Campanhas em centros de convivência, igrejas e UBS.
- Distribuição de preservativos em pontos de fácil acesso.
- Vacinação contra hepatite B disponível para adultos.
- Treinamento de profissionais para atendimento a idosos.
- Realização de simpósios e oficinas educativas.
- Cobrança por políticas sociais complementares, incluindo medidas que protejam idosos de endividamento, como mudanças ou benefícios previstos em leis de isenção de dívidas para idosos.
Como conversar com quem reluta em se proteger
- Seja empático e ouça.
- Use comparações simples: É como tomar remédio preventivo.
- Ofereça companhia para ir ao posto de saúde.
- Mostre informações confiáveis.
- Reforce que prevenir é um gesto de cuidado.
Sexualidade na terceira idade sem tabus
A sexualidade não tem idade. Você tem direito ao prazer e à proteção. Buscar informação, proteger-se e conversar abertamente são formas de respeito mútuo.
Onde buscar ajuda (recursos práticos)
- Unidade Básica de Saúde (UBS) do bairro.
- Centros de testagem e aconselhamento.
- Serviços de referência em doenças infectocontagiosas de hospitais públicos.
- Programas municipais de vacinação.
- Organizações comunitárias que oferecem apoio.
Se não souber onde ir, peça indicação na sua UBS. Antes de seguir orientações financeiras ou administrativas, confirme procedimentos e proteja seus direitos, consultando guias sobre como evitar débitos indevidos no INSS e como proteger seu benefício contra fraudes.
Três ações imediatas que você pode tomar hoje
- Verifique se está vacinado contra hepatite B; se não, agende a vacina.
- Tenha sempre preservativos e use-os em todas as relações.
- Marque um teste para ISTs se teve novos parceiros ou tiver dúvidas.
- (Administrativo) Verifique pendências e documentos importantes — por exemplo, orientações sobre a prova de vida do INSS e o que levar.
Pequenas ações protegem você e quem você ama.
Conclusão
As ISTs entre idosos em Niterói mostram que informação e prevenção precisam voltar ao centro do cuidado. Use preservativo, faça testes regulares e verifique a vacina contra hepatite B. Cobrar campanhas específicas e treinamento de profissionais é um direito seu. Se notar sinais, procure ajuda — tratamento existe e funciona. Proteja seu prazer e sua saúde ao mesmo tempo.
Perguntas Frequentes
Devo usar preservativo na terceira idade?
Sim. Preservativos protegem contra HIV, sífilis e hepatites. Idade não elimina o risco.
A menopausa dispensa o uso de preservativo?
Não. Menopausa evita gravidez, mas não ISTs. Use preservativo com novos parceiros.
Quais ISTs estão crescendo entre idosos em Niterói?
Principalmente sífilis, HIV e hepatites B e C.
Além do preservativo, o que posso fazer para me proteger?
Fazer testes regulares, vacinar-se contra hepatite B, conversar com parceiros e usar lubrificante para evitar lesões.
Onde buscar informação, testes e apoio em Niterói?
Postos de saúde (UBS), centros de testagem, serviços de referência em hospitais públicos e eventos municipais como o simpósio. Procure atendimento sem preconceito.
