Você vai entender por que o CNPJ passará a ter letras além de números e o que muda para empresas e prestadores de serviços. O novo formato alfanumérico começa em julho de 2026 e vale apenas para novas inscrições — os CNPJs existentes permanecem válidos.
Se sua empresa emite notas fiscais ou usa ERPs e bancos de dados, pode ser necessário ajustar sistemas e rotinas; veja orientações sobre a adaptação ao novo formato do CNPJ.
CNPJ passa a ter letras a partir de julho de 2026 (só para novas inscrições)
A Receita Federal vai liberar CNPJs com letras a partir de julho de 2026. Apenas inscrições iniciadas depois do começo do cronograma receberão o novo código: empresas recém-criadas, filiais, profissionais liberais, condomínios e produtores rurais. Quem já tem CNPJ não precisa trocar nada.
O que muda na prática
- O processo de inscrição continuará o mesmo; a diferença é que o código gerado pode conter caracteres alfanuméricos.
- Sistemas de emissão de notas, ERPs, bancos de dados e integrações devem aceitar letras e calcular corretamente o dígito verificador (DV).
- A implementação será gradual, segundo calendário que a Receita definirá por tipo de registro.
Por que a Receita adotou letras
O formato atual usa apenas dígitos e já emitiu mais de 63 milhões de CNPJs, aproximando-se do limite de combinações. Adotar letras amplia significativamente o espaço de identificação e garante continuidade do cadastro nacional.
Estrutura do novo CNPJ
- O CNPJ manterá 14 caracteres no total.
- Letras (A–Z) poderão ocupar posições específicas junto a números (0–9).
- A formatação visual seguirá padrão semelhante ao atual, mas com caracteres alfanuméricos em locais definidos.
Dígito Verificador (DV)
O DV continuará sendo calculado pelo método Módulo 11, adaptado para alfanuméricos. Cada letra é convertida em número usando a tabela ASCII menos 48. Exemplo: A (ASCII 65) → 65 − 48 = 17. A Receita informou que disponibilizará rotinas de cálculo em linguagens populares para facilitar a implementação.
Quem precisa se preparar — e como
- Não é necessário nenhum procedimento para quem já tem CNPJ.
- Empresas que emitem notas fiscais eletrônicas, operam ERPs, usam bancos de dados ou integram sistemas devem:
- Atualizar validações e campos de armazenamento para aceitar caracteres alfanuméricos.
- Implementar o novo cálculo do DV.
- Testar integrações com contadores, provedores de NF-e e bancos — lembrando que os contadores serão peças-chave na adaptação.
- A Receita afirma que fornecerá ferramentas técnicas e fará integração com REDESIM antes do início da emissão alfanumérica.
Cronograma e alcance
A adoção será faseada. A Receita definirá um calendário indicando quais atividades econômicas ou tipos de inscrição começarão a receber CNPJs alfanuméricos em cada etapa. Apenas inscrições iniciadas após o começo do calendário receberão o novo formato.
Impacto e custos
Haverá custos técnicos variáveis conforme porte e complexidade dos sistemas. Principais impactos:
- Ajustes em ERPs, módulos fiscais e bancos de dados.
- Atualização de validações em sistemas legados.
- Treinamento de equipes e testes de integração.
Para reduzir riscos operacionais, reveja práticas e erros comuns em sistemas empresariais que podem gerar falhas nas integrações com notas e bancos, como indicado em materiais sobre erros que costumam afetar ERPs e sistemas fiscais. A Receita promete suporte técnico para reduzir esforço e riscos; empresas que precisarem de alívio financeiro podem avaliar opções de parcelamento e renegociação de dívidas oferecidas recentemente, como o parcelamento para empresas do Simples.
Ligação com a reforma tributária
A mudança integra uma modernização mais ampla do sistema tributário, visando facilitar a implementação de tributos e modelos integrados previstos na reforma (por exemplo, CBS e IBS), ao permitir melhores separações de despesas e automatização de apurações. Veja contexto sobre a reforma tributária e seus impactos para empresas.
Como se preparar — checklist rápido
- Mapear todos os sistemas que validam ou armazenam CNPJ.
- Atualizar esquemas de banco de dados (tamanhos de campo, tipos e validações).
- Implementar e testar a rotina de cálculo do DV alfanumérico.
- Validar NF-e, SPED e integrações com bancos e fornecedores.
- Acompanhar o cronograma oficial da Receita e as ferramentas disponibilizadas.
- Planejar orçamento e prazos para evitar problemas fiscais ao entrar em vigor.
Se sua empresa inclui microempreendedores individuais (MEI), considere também orientações práticas sobre quando abrir conta jurídica e outras medidas para proteção financeira, como descrito em materiais voltados ao MEI e conta jurídica.
Conclusão
A partir de julho de 2026 o CNPJ passa a ser alfanumérico, mas isso vale só para novas inscrições — os CNPJs atuais continuam válidos. A mudança amplia a capacidade do cadastro nacional e exige preparação técnica de empresas que lidam com notas, ERPs e bancos de dados. Planeje com antecedência, aproveite as ferramentas da Receita e teste exaustivamente as atualizações.
Perguntas frequentes
- O que é o CNPJ alfanumérico?
É o novo formato do CNPJ com 14 caracteres que podem incluir letras (A–Z) e números. - Quando começa a valer?
A partir de julho de 2026, com adoção gradual conforme cronograma da Receita. - Quem receberá CNPJ com letras?
Novas inscrições iniciadas após o começo do calendário: empresas novas, filiais, produtores rurais, condomínios e profissionais liberais. CNPJs antigos continuam válidos. - O procedimento de inscrição muda?
Não. O fluxo de inscrição permanece o mesmo; muda apenas o formato do código gerado. - O que as empresas precisam fazer?
Atualizar softwares, bancos de dados e rotinas de nota fiscal; testar integrações; acompanhar as ferramentas e o cronograma que a Receita vai liberar.