O Congresso Anual da American Society of Clinical Oncology (ASCO) 2025, realizado de 30 de maio a 3 de junho em Chicago, apresentou avanços significativos que prometem transformar o tratamento oncológico. Entre os destaques estão terapias inovadoras, integração de inteligência artificial (IA) e novas abordagens para cânceres desafiadores.
Como a inteligência artificial está sendo utilizada no diagnóstico do câncer?
A ASCO, em parceria com o Google Cloud, lançou o ASCO Guidelines Assistant, uma ferramenta de IA que facilita o acesso às diretrizes clínicas da entidade.
Diferentemente de chatbots tradicionais, este assistente virtual fornece respostas baseadas exclusivamente em conteúdos publicados pela ASCO, garantindo maior confiabilidade e evitando informações imprecisas. A ferramenta estará disponível para os membros da ASCO a partir de 8 de junho.
Além disso, a Dra. Marina de Brot, do A.C. Camargo Cancer Center, apresentou um estudo demonstrando que a IA aumentou significativamente a precisão na identificação de tumores de mama HER2-low e HER2-ultra low.
Com o auxílio da IA, a acurácia na interpretação imuno-histoquímica desses subtipos aumentou de 50% para 93%, potencialmente ampliando o acesso de pacientes a terapias-alvo específicas.
Quais são os avanços nas terapias para câncer de mama e pulmão?
No câncer de mama avançado HR-positivo, HER2-negativo, e com mutação PIK3CA, a análise final do ensaio INAVO120 mostrou que a combinação de inavolisibe com palbociclibe e fulvestranto proporcionou um aumento significativo na sobrevida global dos pacientes.
Para o câncer de pulmão de pequenas células, o estudo de fase 3 IMforte avaliou a combinação de lurbinectidina com atezolizumabe como terapia de manutenção após quimioterapia de indução. Os resultados indicaram uma melhora significativa na sobrevida livre de progressão da doença (5,4 meses contra 2,1 meses com atezolizumabe isolado) e na sobrevida global (13,2 meses vs. 10,6 meses).
Como os fármacos conjugados estão revolucionando o tratamento do câncer?
Os chamados fármacos conjugados, também conhecidos como terapias estilo “cavalo de Troia”, foram destaque na ASCO 2025.
Esses medicamentos combinam anticorpos que reconhecem células tumorais com agentes quimioterápicos, permitindo a entrega direta do tratamento ao tumor e minimizando os efeitos colaterais. Essa abordagem mostrou-se promissora em diversos tipos de câncer, incluindo mama e pulmão.
Qual o impacto dos agonistas do GLP-1 na prevenção do câncer?
Um estudo observacional com mais de 170 mil adultos com diabetes e obesidade nos EUA comparou os efeitos dos agonistas do receptor de GLP-1 aos dos inibidores da DPP-4 no risco de cânceres associados à obesidade.
Os resultados indicaram que o uso de GLP-1 foi associado a uma redução de 7% no risco de tumores relacionados à obesidade e a uma diminuição de 8% na mortalidade por todas as causas. O efeito protetor foi especialmente significativo para câncer de cólon (redução de 16%) e reto (28%).
Perguntas Frequentes (FAQ)
O que é a ASCO?
A ASCO (American Society of Clinical Oncology) é uma organização profissional que reúne especialistas em oncologia para compartilhar pesquisas e avanços no tratamento do câncer.
Como a inteligência artificial está sendo aplicada na oncologia?
A IA está sendo utilizada para melhorar a precisão no diagnóstico, como na identificação de subtipos de câncer de mama, e para facilitar o acesso a diretrizes clínicas através de assistentes virtuais como o ASCO Guidelines Assistant.
Quais são os benefícios dos fármacos conjugados?
Os fármacos conjugados permitem a entrega direta de agentes quimioterápicos às células tumorais, aumentando a eficácia do tratamento e reduzindo os efeitos colaterais.
O que são agonistas do GLP-1 e como eles ajudam na prevenção do câncer?
Agonistas do GLP-1 são medicamentos usados no tratamento de diabetes tipo 2 e obesidade. Estudos indicam que eles podem reduzir o risco de cânceres associados à obesidade, como os de cólon e reto.
Quando as novas terapias apresentadas na ASCO 2025 estarão disponíveis para os pacientes?
A disponibilidade das novas terapias depende da aprovação por órgãos regulatórios e pode variar conforme o país. É importante acompanhar as atualizações das autoridades de saúde locais.