Um crime trágico abalou a cidade de Torres, no Rio Grande do Sul, na véspera de Natal de 2024, quando três pessoas morreram após consumir um bolo envenenado durante uma confraternização familiar. O incidente, que resultou em um envenenamento coletivo, agora é cercado de mistérios e suspeitas, com novos detalhes sobre a investigação sendo revelados a cada dia. Uma foto postada nas redes sociais em 2021 pela sogra de Deise Moura dos Anjos, principal suspeita do crime, trouxe à tona novas pistas sobre o caso, ampliando ainda mais a perplexidade que envolve o episódio.
A Trágica Noite de Natal
Na noite do dia 24 de dezembro de 2024, uma reunião de família para celebrar o Natal terminou de forma devastadora. Após consumirem um bolo preparado por Zeli dos Anjos, de 60 anos, cinco membros da família começaram a passar mal. Quatro mulheres e uma criança foram afetadas pelos sintomas, e três delas vieram a falecer horas depois. Duas vítimas morreram ainda na mesma noite, e a terceira vítima fatal foi confirmada pouco tempo depois.
O bolo, aparentemente inofensivo, escondia uma substância altamente tóxica: arsênio. Segundo investigações da Polícia Civil do Rio Grande do Sul, o veneno foi misturado à farinha usada no preparo do bolo, sendo a principal causa das mortes. Exames realizados nas vítimas confirmaram a presença de arsênio em níveis alarmantes, muito superiores ao permitido para exposição ocupacional.
A Foto Antiga e a Suspeita Crescente
A investigação tomou um rumo ainda mais sombrio quando, em janeiro de 2021, uma foto foi compartilhada nas redes sociais por Zeli dos Anjos. Na imagem, ela aparece sorrindo ao lado de sua nora, Deise Moura dos Anjos, a principal suspeita do envenenamento. O bolo na foto postada por Zeli é semelhante ao encontrado no evento de Natal de 2024, gerando questionamentos sobre a relação entre o passado e o trágico presente.
A foto, que inicialmente parecia ser uma lembrança comum de um encontro familiar, agora levanta suspeitas. A imagem, datada de 2021, mostra um momento descontraído entre Zeli e Deise, mas, em retrospectiva, pode estar ligada ao que viria a ocorrer anos depois. O vínculo familiar, que aparentava ser harmonioso, agora é questionado diante da possível motivação por trás do crime.
Deise Moura: A Suspeita Principal
Deise Moura dos Anjos, de 44 anos, foi presa no último domingo (5) sob suspeita de envenenar o bolo que causou a morte das três vítimas. A polícia revelou que, antes do crime, Deise fez diversas pesquisas sobre arsênio na internet, o que despertou ainda mais a atenção das autoridades. A investigação está sendo conduzida com cautela, e a defesa de Deise ainda não se manifestou publicamente sobre as acusações.
A polícia também revelou que Deise tinha desavenças familiares com algumas das vítimas, especialmente com a mãe do marido, Zeli. O fato de as desavenças familiares estarem presentes há mais de duas décadas fortalece a teoria de um possível motivo por trás do crime.
As Investigações e os Resultados da Perícia
A perícia realizada na residência onde o encontro aconteceu revelou diversos alimentos vencidos, o que também chamou a atenção das autoridades. Amostras desses produtos, juntamente com materiais biológicos das vítimas, foram enviadas ao Centro de Informações Toxicológicas (CIT) em Porto Alegre. Além disso, os corpos das vítimas foram submetidos à necropsia no Instituto-Geral de Perícias (IGP), onde a substância venenosa foi identificada com clareza.
As análises mostraram que a quantidade de arsênio encontrada no organismo das vítimas era alarmante. A menor quantidade encontrada foi 80 vezes maior do que o limite para contaminação ocupacional, e a maior concentração foi 350 vezes superior a esse valor, comprovando a gravidade do envenenamento.
Conclusão e Expectativas
O caso está gerando grande repercussão na mídia e entre os moradores de Torres. A foto antiga de Zeli e Deise, agora recontextualizada, traz à tona uma reflexão sobre as relações familiares e os perigos ocultos em comportamentos aparentemente normais. O processo de investigação continua, e a polícia segue em busca de mais evidências para esclarecer completamente os eventos que levaram à morte de três pessoas em uma festa de Natal.
Até o momento, Deise Moura dos Anjos permanece presa, aguardando o desfecho das investigações. O caso continua sendo uma tragédia que abala profundamente a comunidade e reforça a importância da atenção às dinâmicas familiares e aos riscos de comportamentos destrutivos, que podem se esconder nas atitudes mais cotidianas.
