A Polícia Militar do Rio de Janeiro prendeu 31 pessoas suspeitas de envolvimento em brigas entre torcidas organizadas do Flamengo e do Vasco. As brigas aconteceram ao longo deste domingo (15), horas antes do clássico no Maracanã, que terminou empatado por 1 a 1, pelo Campeonato Brasileiro.
Brigas foram registradas em bairros distantes do Maracanã. Em Jacarepaguá, a cerca de 20 km do estádio, duas pessoas ficaram feridas durante uma briga. Policiais detiveram dez suspeitos, e os feridos foram levados para a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) da Taquara.
Em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, a Polícia Militar utilizou um veículo blindado, conhecido como caveirão, para dispersar a confusão. Três pessoas ficaram feridas e foram levadas sob custódia para o hospital, e outras 12 foram presas. Com elas foram encontrados cabos de madeira, uma faca e um rojão. Houve relatos de tiros durante a confusão.
Em Vicente de Carvalho, na zona norte, seis torcedores do Vasco e do Flamengo foram presos. A polícia apreendeu dois cassetetes de madeira e uma granada.
As principais torcidas organizadas de Flamengo e Vasco envolvidas na série de brigas estão proibidas de frequentar os estádios por tempo indeterminado.
O Tribunal de Justiça do Rio decidiu proibir as torcidas organizadas Jovem do Flamengo, Raça Rubro-Negra e Força Jovem do Vasco em março do ano passado, após a morte de um torcedor durante uma briga entre torcedores do Vasco e do Flamengo.
Os membros do fã-clube não podem usar camisetas, bonés ou outros acessórios que façam referência ao grupo organizado. Bandeiras, faixas e tambores também são proibidos.
Além das brigas no domingo, a semana com muitos jogos no Rio de Janeiro vai gerar mobilização especial da Polícia Militar. Três times cariocas vão jogar em casa na Copa Libertadores, dois deles no mesmo dia, com diferença de duas horas.
Na quarta-feira (18), às 19h30, o Fluminense enfrenta o Atlético-MG no Maracanã, e às 21h30 o Botafogo enfrenta o São Paulo no Nilton Santos. Os dois estádios ficam a aproximadamente 9 km de distância.
A Polícia Militar tem como prática proibir jogos entre dois times cariocas em estádios próximos e em horários semelhantes, mas deu permissão à Conmebol por falta de datas.
A corporação disse em um comunicado que uma “estratégia de policiamento está sendo traçada”.
“Policiais do Grupamento Aeromóvel (GAM) farão o monitoramento aéreo, com aeronaves tripuladas e drones, e equipes do Grupamento de Polícia Ferroviária (GPFer) reforçarão o policiamento nas estações de trem e metrô Engenho de Dentro, São Cristóvão e Maracanã”, disse a PM.
“Os batalhões das áreas onde serão realizadas as partidas – 3º BPM (Méier) e 6º BPM (Tijuca) – também contarão com efetivos adicionais e intensificarão o policiamento em seus perímetros.”
Nesta quinta-feira (19), o Flamengo recebe o Peñarol, do Uruguai, no Maracanã, em mais uma partida que está preocupando as forças de segurança do estado nos bastidores.
Em 2019, um homem morreu durante uma briga entre torcedores do Peñarol e do Flamengo na praia do Leme, na zona sul do Rio. Roberto Vieira de Almeida, 54, do Espírito Santo, tentava apartar a briga quando foi atingido na cabeça. Mais de 100 torcedores uruguaios foram detidos pela polícia durante o incidente.
Por conta dos jogos e do Rock in Rio, que acontece novamente na quinta-feira (19), o prefeito Eduardo Paes (PSD) decretou feriado na cidade a partir das 15h dos dias 18 e 19 de setembro.