O Censo Demográfico de 2022 trouxe uma revelação inédita e impactante: 2,4 milhões de brasileiros declararam ter diagnóstico de autismo, representando 1,2% da população. Esta é a primeira vez que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) inclui dados específicos sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA) em sua pesquisa, conforme determinado pela Lei 13.861/2019.
O que os números do Censo 2022 revelam sobre o autismo no Brasil?
O levantamento do IBGE apontou que 1,4 milhão de homens (1,5%) e 1 milhão de mulheres (0,9%) possuem diagnóstico de TEA. A maior prevalência foi observada entre meninos de 5 a 9 anos, com 3,8% diagnosticados, totalizando aproximadamente 264 mil crianças nessa faixa etária. Entre as meninas da mesma idade, a taxa foi de 1,3%, correspondendo a cerca de 86 mil.
Em relação à distribuição geográfica, o Sudeste concentra o maior número absoluto de pessoas com TEA, seguido por Nordeste, Sul, Norte e Centro-Oeste. No entanto, as diferenças proporcionais entre as regiões são pequenas. O estado de São Paulo lidera em números absolutos, com 548 mil pessoas diagnosticadas, enquanto o Acre apresenta a maior proporção relativa, com 1,6% da população.
Escolaridade e autismo: o que os dados indicam?
A taxa de escolarização entre pessoas com TEA foi de 36,9%, superior à da população geral, que é de 24,3%. Essa diferença é mais expressiva entre os homens: 44,2% dos homens com autismo estavam estudando, frente a 24,7% do total masculino. Entre as mulheres, a taxa de escolarização foi de 26,9% entre aquelas com autismo, ante 24,0% no total feminino.
A maior concentração de pessoas com autismo em idades mais jovens, especialmente entre 6 e 14 anos, contribui para essa taxa elevada de escolarização.
Por que esses dados são importantes?
A inclusão de informações sobre o autismo no Censo permite uma compreensão mais precisa da realidade das pessoas com TEA no Brasil. Esses dados são fundamentais para a formulação de políticas públicas eficazes, alocação de recursos e promoção da inclusão social e educacional.
Além disso, a visibilidade proporcionada por esses números pode ajudar a combater o preconceito e a desinformação, promovendo uma sociedade mais empática e acolhedora para as pessoas no espectro autista.
FAQs
O que é o Transtorno do Espectro Autista (TEA)?
O TEA é uma condição do neurodesenvolvimento caracterizada por desafios na comunicação, interação social e comportamentos repetitivos. Os sintomas variam amplamente entre os indivíduos, daí o termo “espectro”.
Por que o número de diagnósticos de autismo aumentou?
O aumento pode ser atribuído a uma maior conscientização, melhor formação dos profissionais de saúde e educação, além de avanços nos critérios diagnósticos.
O autismo afeta mais homens ou mulheres?
Segundo o Censo 2022, o autismo é mais prevalente entre os homens (1,5%) do que entre as mulheres (0,9%).
Como esses dados podem influenciar políticas públicas?
Com informações precisas sobre a população com TEA, é possível planejar e implementar políticas públicas mais eficazes, como a criação de programas educacionais inclusivos e serviços de saúde especializados.
Onde posso encontrar mais informações sobre o autismo?
Organizações como a Associação Brasileira de Autismo (ABRA) e o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP) oferecem recursos e informações sobre o TEA.