Você vai ver que um estudo do MDS em parceria com a FGV mostra que, nos últimos dez anos, 70% dos adolescentes do Bolsa Família deixaram o programa. Também aponta que, no total, cerca de 60% dos beneficiários saíram nesse período. O ministro atribui essa mudança às condicionalidades em educação e saúde. Houveram ainda programas de transição como a Regra de Proteção e o Programa Acredita no Primeiro Passo. Aqui você vai entender como essas ações ajudaram jovens a entrar no mercado de trabalho e a conquistar mobilidade social.
Estudo aponta que 70% dos adolescentes beneficiários saíram do Bolsa Família entre 2014 e 2025
Um levantamento do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS) em parceria com a Fundação Getulio Vargas (FGV) mostra que, no período de 2014 a 2025, 70% dos adolescentes de famílias atendidas pelo Bolsa Família deixaram de depender do benefício. A seguir, os dados principais e o que eles indicam.
Principais resultados do levantamento
- Do total de beneficiários de 2014, 60,68% deixaram o programa até 2025.
- Entre adolescentes, a saída foi mais acentuada: 68,8% para jovens de 11 a 14 anos e 71,25% para a faixa de 15 a 17 anos.
Esses números formam o núcleo do relatório e sugerem avanço na transição para renda própria em parte dos domicílios atendidos.
Saída do Cadastro Único e inserção no emprego formal
O relatório também mostra movimentação no Cadastro Único:
- Na faixa de 15 a 17 anos, 52,67% saíram do cadastro até 2025; entre esses, 28,4% passaram a ter emprego com carteira assinada.
- Entre 11 e 14 anos, 46,95% deixaram o cadastro, e 19,10% já têm vínculo formal de trabalho.
Esses dados apontam tanto para aumento de renda familiar quanto para inserção juvenil no mercado formal.
Fatores que aumentam a probabilidade de saída
O estudo identifica determinantes que elevam as chances de deixar o programa:
- Morar em área urbana (taxa de saída de 67% entre 6–17 anos em áreas urbanas versus 55% em áreas rurais).
- Pais com emprego formal.
- Maior nível de escolaridade na família.
Ou seja, contexto local e capital humano dos pais pesam bastante na transição.
Programas e mecanismos que favoreceram a transição
O relatório destaca medidas de apoio:
- Regra de Proteção: mantém 50% do benefício por 12 meses para famílias que tiveram aumento da renda per capita, desde que a renda não supere R$ 706 por pessoa — evitando cortes bruscos.
- Programa Acredita no Primeiro Passo: oferece qualificação profissional, apoio à entrada no mercado de trabalho e acesso a crédito com juros baixos, com foco em mulheres, jovens, pessoas com deficiência, populações negras e comunidades tradicionais.
Essas iniciativas atuam como ponte para a mobilidade social, combinando proteção temporária e capacitação.
Como o governo explica os resultados
Segundo representantes do MDS, a combinação das condicionalidades nas áreas de saúde e educação com programas de apoio foi decisiva. Exigências como frequência escolar e acompanhamento de saúde contribuíram para formação e melhor preparação dos jovens para o mercado de trabalho formal.
Conclusão
O estudo mostra que 70% dos adolescentes beneficiários saíram do Bolsa Família entre 2014 e 2025 e que, no total, cerca de 60% dos beneficiários também fizeram a transição. Há sinais concretos: saída do Cadastro Único e aumento do emprego formal entre jovens que deixaram o programa. Entretanto, a travessia não foi igual para todos — cidade, escolaridade dos pais e condições do mercado local continuam determinantes.
Em suma: há motivos para otimismo, mas a eficácia depende de acompanhamento, qualificação contínua e oportunidades reais de trabalho.
