Você vai descobrir como golpistas usaram biometria de empresas e bancos para validar vínculos falsos e tirar descontos do seu INSS. A CGU e a Polícia Federal já investigam a AASPA e outros envolvidos. O esquema explorava falhas tecnológicas e assinaturas falsas. Continue a leitura para entender quem está em risco e o impacto para os beneficiários.
- Golpe usou biometrias de empresas para validar assinaturas falsas e permitir descontos no INSS
- Associação AASPA e seu presidente são alvos das investigações por uso indevido de dados
- CGU apontou falhas no sistema, sem verificação de vivacidade e registros biométricos falsos
- Polícia Federal e CPMI investigam possível organização criminosa e desvios financeiros
- Aposentados tiveram descontos indevidos; há proposta de reforçar controles e autenticação biométrica
Como o uso de biometria de grandes empresas permitiu descontos indevidos no INSS — o que você precisa saber
Uma auditoria da Controladoria‑Geral da União (CGU) descobriu um esquema que usou biometrias de empresas privadas para validar vínculos falsos e viabilizar descontos em benefícios do INSS. A investigação envolve a associação AASPA, seu presidente Anderson Ladeira Viana, e já tem desdobramentos na Polícia Federal (PF) e na CPMI do INSS.
O núcleo do caso: como o golpe funcionava
Segundo o relatório da CGU, a AASPA usou registros biométricos atribuídos a plataformas como Uber, Serasa, Sicoob e Caixa Econômica Federal para legitimar assinaturas de novos filiados. Essas empresas não tinham contrato com a associação nem com a empresa Deltafox, contratada para o serviço de biometria. A auditoria aponta que o sistema usado pela associação não fazia a verificação de vivacidade, procedimento essencial para confirmar que a pessoa está presente e consciente durante a validação.
Extensão do golpe e números principais
A CGU examinou 3,7 mil CPFs vinculados à AASPA entre junho de 2024 e janeiro de 2025. O levantamento identificou 103 tentativas de inclusão de filiados, com 12 aprovações que não passaram pela empresa oficialmente contratada. Entre junho de 2023 e abril de 2024, a associação movimentou cerca de R$ 6 milhões em mensalidades cobradas automaticamente dos benefícios. O contrato que permitiu esses descontos foi assinado por um diretor do INSS e ficou suspenso após a Operação Sem Desconto, deflagrada pela PF em abril de 2025.
Pagamentos e conflito de interesses
O relatório da CGU aponta que Anderson Viana repassou cerca de R$ 1 milhão à empresa Brasília Consultoria, de Antonio Carlos Camilo Antunes (conhecido como Careca do INSS). A auditoria qualificou esse movimento como autobenefício e desvio de finalidade, pois o dirigente contratou uma empresa próxima para prestar serviços à associação, contrariando o Acordo de Cooperação Técnica (ACT) firmado com o INSS.
Posicionamento das empresas citadas
As empresas mencionadas informaram que não mantêm relações comerciais com a AASPA para validação biométrica e disseram que cooperarão com as autoridades. Uma instituição não respondeu até o fechamento da apuração. Essas respostas sustentam a avaliação da CGU de que as empresas foram usadas como fonte de autenticação de forma indevida.
Falhas no sistema e casos ilustrativos
Auditores destacaram falhas sistêmicas na validação de dados dos segurados. Um caso exemplar envolveu um aposentado cadastrado duas vezes em entidades diferentes por causa de uma letra a mais no nome, o que permitiu descontos duplicados. Esse tipo de erro mostra como brechas simples podem facilitar fraudes em massa.
Conclusão
Golpistas exploraram falhas na biometria para gerar vínculos falsos e descontos no INSS, enquanto a CGU e a Polícia Federal investigam os responsáveis da AASPA. Não foi só tecnologia quebrada; foi confiança usada como escada para entrar onde não deviam.
Aja rápido:
- Verifique o extrato do seu benefício no Meu INSS.
- Registre queixa na Polícia Federal se encontrar descontos indevidos.
- Guarde comprovantes, mensagens e comunicações.
- Procure defensor público ou advogado para exigir estorno e responsabilização.
Perguntas Frequentes
- Posso ter desconto no meu INSS por conta da biometria de app de carro usada em fraude?
- Sim. Golpistas usaram biometrias de empresas para validar filiações falsas e gerar descontos na folha do INSS.
- Como esse golpe funcionava na prática?
- Associações cadastravam filiados com assinaturas validadas por biometria atribuída a apps e bancos. Não havia verificação de vivacidade e as assinaturas eram falsas.
- Quem está sendo investigado e o que a CGU e a PF já acharam?
- A CGU apurou irregularidades na AASPA e na Deltafox. A PF deflagrou a Operação Sem Desconto e investiga possível organização criminosa e lavagem de dinheiro.
- Uber, Serasa, Caixa e Sicoob eram cúmplices?
- Não. Essas empresas negam contratos com a associação. A CGU diz que elas foram usadas como fachada — vítimas do esquema.
- O que faço se aparecer desconto indevido no meu benefício?
- Cheque o extrato do INSS, registre queixa na Polícia Federal, solicite estorno ao INSS e guarde provas (comprovantes, mensagens, contratos). Procure defensor público ou advogado se precisar.