Na última quarta-feira, 16, encerrou-se o prazo para o saque do “dinheiro esquecido” que estava disponível no sistema Valores a Receber (SVR). Estima-se que cerca de R$ 8,5 bilhões estavam disponíveis para saque em bancos, consórcios e outras instituições financeiras. Por meio do site Valores a Receber, os cidadãos puderam verificar se tinham algum valor a ser retirado, relacionado a contas bancárias esquecidas desde setembro de 2019.
Segundo o Banco Central, aproximadamente 42 milhões de pessoas físicas e mais de 3,6 milhões de empresas tinham valores a receber. Entre esses beneficiários, mais de 63% tinham até R$ 10 para resgatar, enquanto cerca de 25,05% possuíam entre R$ 10,01 e R$ 100.
O Que Acontece com o Dinheiro Não Resgatado?
Caso você não tenha resgatado o valor até o dia 16, os recursos agora serão transferidos para a conta única do Tesouro Nacional, ou seja, os valores passam a ser parte do governo federal. Após o prazo final, o Banco Central recolhe os valores através do sistema SVR, e, após dois períodos de contestação estabelecidos por lei, o dinheiro que não for reclamado se torna receita pública.
Segundo a economista Juliana Inhasz Kessler, professora de macroeconomia no Insper, esses valores são classificados como receita orçamentária primária, auxiliando o governo no cumprimento de sua meta fiscal. Esses recursos entram diretamente no equilíbrio das contas públicas, mas ainda não está claro como o Ministério da Fazenda vai direcionar esse dinheiro.
Por Que o Prazo Foi Estabelecido?
O prazo final para o saque do dinheiro esquecido foi determinado por uma lei aprovada pela Câmara dos Deputados em 12 de setembro, que tinha como objetivo compensar perdas fiscais relacionadas à desoneração da folha de pagamentos de 17 setores da economia. A medida visa, assim, ajudar a equilibrar as contas públicas.