Você vai ler sobre um empresário de Brasília que, segundo a Polícia Federal, tentou ocultar veículos de alto padrão em um estacionamento de shopping horas antes de uma operação contra fraudes bilionárias no INSS.
Resumo do caso
A Polícia Federal investiga se o empresário Fernando Cavalcante tentou ocultar bens à véspera de uma ação contra desvios no INSS. Imagens e diligências apontam que uma Ferrari vermelha e duas Mercedes foram deixadas em um estacionamento na noite de 22 de abril e só removidas oito dias depois por um motorista suspeito de integrar o esquema.
O que a PF apurou
- Na noite de 22 de abril, os veículos foram estacionados em uma garagem de área nobre. Veículos de alto valor como esses têm mercado específico e poderiam ser comparados com outras oportunidades de revenda de carros de luxo.
- Os carros permaneceram no local até serem retirados dias depois por um motorista ligado ao empresário.
- Há indícios de que informações sobre a ação vazaram, o que motivou uma nova frente de apuração, em meio a relatos sobre interferências e atrasos que prejudicaram investigações relacionadas ao INSS.
Apreensões na residência e bens apreendidos
Em 12 de setembro, agentes da PF retornaram à residência de Cavalcante e apreenderam:
- uma Ferrari e uma Mercedes;
- relógios de alto valor;
- vinhos avaliados em cerca de R$ 7 milhões;
- uma réplica de carro de Fórmula 1;
- um capacete autografado por Ayrton Senna.
O empresário não foi preso nessa ocasião. A investigação segue para avaliar vínculo dos bens com o esquema e eventual bloqueio judicial.
Outros presos e alvos da operação
- Antônio Carlos Camilo Antunes (apelidado careca do INSS) foi preso em Brasília. As apurações apontam que ele teria pago cerca de R$ 9,3 milhões em propina a servidores para permitir descontos irregulares em benefícios. A defesa informou que recorrerá para obter liberdade.
- Em maio, a PF já havia apreendido veículos atribuídos a Antunes por suspeita de tentativa de ocultação de patrimônio.
- Em São Paulo, Maurício Camisotti, apontado como gestor de empresas ligadas ao esquema, foi preso; sua defesa nega motivos para a prisão.
- Na casa do advogado Nelson Williams, foram encontrados armamento (dois fuzis e duas pistolas), R$ 460 mil em espécie e obras de arte. Williams nega envolvimento e afirma manter relação profissional com investigados — casos envolvendo advogados e suspeitas de fraude têm sido noticiados em outras apurações, como em reportagens sobre denúncias contra advogados por fraudes.
Consequências e desdobramentos
A operação revela indícios de lavagem de dinheiro e corrupção; os bens apreendidos ficam à disposição da Justiça e podem ser usados para ressarcir os cofres públicos. A PF continua a investigação, inclusive sobre o possível vazamento que permitiu a tentativa de ocultação dos veículos.
O caso se insere em um contexto mais amplo de apurações sobre desvios no INSS, que incluem investigações e comissões que apontaram a subtração de valores bilionários, conforme levantamentos recentes sobre o tema (relatórios e apurações sobre desvios no INSS).
Perguntas frequentes
- Como a PF descobriu os carros no shopping?
Imagens de circuito interno e trabalho de investigação mostraram os veículos chegando na noite anterior à operação. - Por que o empresário esconderia a Ferrari e as Mercedes?
Segundo a PF, para tentar ocultar bens antes de buscas e apreensões. - Quanto tempo os carros ficaram no estacionamento do shopping?
Chegaram na noite de 22 de abril e foram retirados oito dias depois. - O empresário foi preso após a apreensão dos carros?
Não. Na ação de 12 de setembro os bens foram apreendidos, mas o empresário não foi detido. - O que vai acontecer com os carros e os outros bens apreendidos?
Ficarão à disposição da Justiça e podem ser usados para ressarcimento caso sejam comprovados atos ilícitos.