A história de Giselda Topper, uma esteticista ortomolecular gaúcha, trouxe à tona um suposto vínculo familiar com o ex-governador Leonel Brizola. Baseando-se em um teste de DNA que indica 99,99% de certeza de parentesco, Giselda busca o reconhecimento de sua ligação com Brizola, que faleceu há 20 anos. Mesmo diante de resultados favoráveis, enfrenta um cenário jurídico desafiador para validar sua reivindicação.
Giselda iniciou, em 2005, um processo na Justiça do Rio de Janeiro para que sua relação com Brizola fosse oficialmente reconhecida. No entanto, o caminho legal tem sido tortuoso, com decisões judiciais desfavoráveis que culminaram no arquivamento do caso em 2013. Apesar dos resultados do DNA, que apontavam para a paternidade, o tribunal exigiu mais evidências antes de alterar qualquer registro formal de parentesco.
Qual é o papel dos laudos de DNA nesse processo?
Testes de DNA desempenham um papel crucial na verificação de relações familiares, especialmente quando o suposto parente biológico já não está mais vivo. No caso de Giselda, amostras de DNA foram coletadas de dois filhos de Brizola para fornecer validade estatística ao teste. Embora os resultados mostrassem uma alta probabilidade de parentesco, discordâncias entre laudos e a composição genética analisada trouxeram dificuldades legais.
O biólogo Rodrigo Soares de Moura Neto, responsável pelo laudo, revelou que os testes realizados pela clínica Genealógica eram conclusivos devido ao uso de amostras de vários filhos de Brizola. Contudo, a dificuldade estava em alinhar todos os resultados dos testes, que por vezes apresentavam divergências, possivelmente devido a variações na quantidade de amostras utilizadas em cada análise.
Quais os desafios legais enfrentados por Giselda Topper?
Após a decisão negativa da juíza em 2008, Giselda recorreu, tentando garantir a exumação dos restos mortais de Brizola, sem sucesso. A complexidade do caso é intensificada pela falta de documentação detalhada por parte de Giselda, devido a circunstâncias pessoais e dificuldades em acessar registros judiciais no Rio de Janeiro.
Especialistas em direito de família pontuam que reverter uma decisão já proferida requer apresentação de novas evidências concretas. Para Giselda, coletar provas adicionais é financeiramente proibitivo, além da complexidade de retornar a um caso arquivado judicialmente.
A história pessoal por trás da disputa
A narrativa de Giselda é embalada por memórias fragmentadas de sua infância e a eventual descoberta de sua suposta paternidade. Criada em parte longe de sua mãe, ela ouviu histórias sobre sua origem de tios e guarda lembranças esporádicas de encontros com Brizola.
Afirmações de semelhança física e o apoio ocasional de parentes alimentaram sua busca por reconhecimento formal. Para Giselda, não se trata de herança material, mas do desejo de ver seu nome associado ao de Brizola pelo respeito e legado que poderia deixar a seus descendentes.
Com o passar do tempo, as chances de explorar juridicamente a questão diminuíram, mas Giselda continua à procura de reconhecimento, sustentando sua história no testamento emocional que representa seu teste de DNA.