A Polícia Federal (PF) investiga um esquema de fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) que pode ter envolvido o transporte de grandes quantias em dinheiro vivo por meio de viagens aéreas. Funcionários de call centers ligados ao esquema teriam sido utilizados como “mulas” para movimentar os valores entre cidades brasileiras e até para o exterior.
Como funcionava o esquema de transporte de dinheiro?
Segundo as investigações, Domingos Sávio de Castro, sócio do lobista Antonio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, intensificou viagens entre Brasília e Belo Horizonte a partir de novembro de 2023. Essas viagens, realizadas em curtos intervalos e com grupos de cerca de 15 pessoas, levantaram suspeitas de que serviam para transportar dinheiro desviado do INSS. A PF estima que cada passageiro poderia carregar até R$ 5 milhões em notas de R$ 100 na bagagem de mão.
Quais eram os benefícios oferecidos aos funcionários envolvidos?
Funcionários dos call centers envolvidos no esquema recebiam benefícios como viagens mensais para Belo Horizonte, onde ganhavam vouchers para compras de perfumes importados, jantares em restaurantes caros e passeios turísticos. Esses “prêmios” seriam uma forma de recompensa e também uma estratégia para movimentar o dinheiro desviado sem levantar suspeitas.
Há indícios de movimentações internacionais?
Além das viagens nacionais, a PF identificou que Domingos Castro realizou viagens internacionais para a Argentina e Miami, com passagem pelo Panamá. A viagem aos Estados Unidos durou menos de 24 horas e foi acompanhada por Adelino Rodrigues Júnior, gerente do call center envolvido no esquema. Essas viagens levantaram suspeitas de possíveis ligações com contas em paraísos fiscais, utilizados para ocultar movimentações financeiras ilegais.
Qual é a dimensão do esquema de fraudes?
O esquema de fraudes no INSS, conhecido como “Farra do INSS”, envolveu descontos indevidos em benefícios de aposentados e pensionistas, com um prejuízo estimado em R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024. A operação da PF, denominada “Sem Desconto”, cumpriu 211 mandados de busca e apreensão em 13 estados e no Distrito Federal, resultando em três detenções e na recuperação de cerca de R$ 1 bilhão em bens e valores.
As investigações da Polícia Federal revelam um esquema sofisticado de fraudes no INSS, envolvendo o transporte de grandes quantias em dinheiro por meio de viagens aéreas. O uso de funcionários de call centers como “mulas” e as viagens internacionais levantam suspeitas de lavagem de dinheiro e movimentações financeiras ilegais. As autoridades continuam apurando os detalhes do esquema para responsabilizar os envolvidos e recuperar os valores desviados.
Perguntas Frequentes (FAQ)
Quem é o “Careca do INSS”?
Antonio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, é apontado como o lobista e facilitador do esquema de fraudes no INSS, atuando na intermediação entre entidades e servidores envolvidos.
Como os funcionários eram utilizados no esquema?
Funcionários de call centers ligados ao esquema eram utilizados como “mulas” para transportar dinheiro desviado do INSS em viagens aéreas entre cidades brasileiras e para o exterior.
Quais medidas foram tomadas pela PF?
A operação “Sem Desconto” da Polícia Federal cumpriu 211 mandados de busca e apreensão em 13 estados e no Distrito Federal, resultando em três detenções e na recuperação de cerca de R$ 1 bilhão em bens e valores.
Qual é o prejuízo estimado do esquema?
O prejuízo estimado do esquema de fraudes no INSS é de R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024, com cerca de 4,1 milhões de beneficiários prejudicados por descontos indevidos.
Há indícios de movimentações internacionais?
Sim, a PF identificou viagens internacionais realizadas por envolvidos no esquema, levantando suspeitas de possíveis ligações com contas em paraísos fiscais para ocultar movimentações financeiras ilegais.
O que é a operação “Sem Desconto”?
A operação “Sem Desconto” é uma ação da Polícia Federal que visa desarticular o esquema de fraudes no INSS, envolvendo descontos indevidos em benefícios de aposentados e pensionistas.