O preço dos combustíveis no Brasil sofre influência de diversos fatores, entre eles a tributação, que representa uma parte significativa da composição do valor final. Recentemente, o Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) aprovou um reajuste nos tributos incidentes sobre combustíveis, válido a partir de fevereiro de 2025. A medida afeta diretamente o bolso do consumidor, resultando em preços mais altos nas bombas.
A partir da atualização, distribuidoras que adquirirem diesel da Petrobras para revenda aos postos pagarão R$ 3,72 por litro. Esse valor é somado a impostos e margens de lucro, elevando o preço final do combustível. De acordo com a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o diesel S10 é atualmente comercializado a uma média de R$ 6,17 por litro no Brasil.
Novos Valores dos Tributos sobre Combustíveis
O Conselho Nacional de Secretários de Fazenda (Comsefaz), que representa os estados, definiu os novos valores para os tributos sobre gasolina, diesel e gás de cozinha. As alterações incluem:
- Gasolina: aumento de R$ 1,37 para R$ 1,47 por litro (+R$ 0,10).
- Diesel: aumento de R$ 1,06 para R$ 1,12 por litro (+R$ 0,06).
- Gás de Cozinha: redução de R$ 0,26 no tributo aplicado ao botijão de 13 kg.
Enquanto o diesel e a gasolina tiveram aumento na carga tributária, o gás de cozinha recebeu uma leve redução de impostos, o que pode trazer um pequeno alívio para os consumidores que utilizam esse combustível em suas residências.
Defasagem dos Preços dos Combustíveis no Brasil
Os valores praticados no Brasil nem sempre acompanham a cotação internacional dos combustíveis. A Petrobras, responsável pela maior parte da oferta de gasolina e diesel no país, manteve o preço da gasolina inalterado desde julho de 2024, enquanto o diesel não sofreu reajuste desde 2023.
Dados da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom) apontavam, no final de 2024, uma defasagem de R$ 0,17 no preço da gasolina e R$ 0,54 no do diesel em relação ao mercado internacional. Mesmo após um ajuste recente, o diesel ainda apresenta uma diferença considerável em relação ao preço externo.
Impacto do Reajuste dos Combustíveis na Economia
O preço dos combustíveis tem um efeito direto na inflação. Em 2024, a elevação dos preços contribuiu para uma alta média de 0,7% no índice inflacionário, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A valorização da gasolina, do diesel, do etanol e do gás veicular refletiu nos custos de produção e transporte de bens e serviços.
Como a economia brasileira é altamente dependente do transporte rodoviário, qualquer aumento no diesel gera uma cadeia de reajustes. O impacto recai, principalmente, sobre o setor alimentício e produtos básicos, tornando-se um ponto de atenção para o governo e para os consumidores.
Reflexos no Transporte de Mercadorias
O custo do transporte de mercadorias está diretamente ligado aos preços dos combustíveis. O diesel, essencial para o funcionamento da frota de caminhões no país, influencia diretamente o frete e, consequentemente, o preço final dos produtos nos supermercados e demais setores do comércio.
Empresas do setor agropecuário e industrial, que dependem do transporte rodoviário para escoar a produção, sentem o impacto dessas altas no custo operacional. Com isso, os reajustes podem ser repassados aos consumidores, pressionando ainda mais o poder de compra da população e aumentando os desafios econômicos no país.
Considerações Finais
O aumento nos tributos sobre os combustíveis em 2025 gera preocupações tanto para consumidores quanto para setores estratégicos da economia, como transporte e agronegócio. Embora o governo tenha reduzido a tributação sobre o gás de cozinha, o impacto da alta nos preços da gasolina e do diesel pode ser significativo no longo prazo.
Diante desse cenário, especialistas apontam que medidas como incentivos ao uso de combustíveis alternativos e revisão da carga tributária poderiam contribuir para minimizar os efeitos do aumento dos combustíveis sobre a economia e a inflação. Enquanto isso, consumidores e empresas precisam se preparar para os impactos desse reajuste nos custos do dia a dia.