O programa Bolsa Família, um dos pilares das políticas sociais no Brasil, sofreu uma redução significativa no número de beneficiários entre dezembro de 2025 e janeiro de 2026. Em apenas um mês, 325 mil benefícios foram cancelados, reduzindo o universo de famílias atendidas de 20,811 milhões para 20,486 milhões. Esse corte reflete diretamente nas finanças públicas, diminuindo o gasto mensal do governo de R$ 14,07 bilhões para R$ 13,8 bilhões.
Essa mudança não passou despercebida para os estados brasileiros. No Rio de Janeiro, por exemplo, ocorreu uma redução de 1,612 milhão para 1,588 milhão de lares beneficiados. São Paulo viu os números caírem de 2,509 milhões para 2,446 milhões, enquanto Minas Gerais registrou uma diminuição de 1,591 milhão para 1,561 milhão de famílias atendidas. Tais reduções mostram o alcance dessa medida em todo o país.
Quais foram os estados mais afetados?
A alteração nos números de beneficiários do Bolsa Família foi sentida por praticamente todo o Brasil, com 90% das cidades experimentando alguma forma de corte, totalizando 5.021 municípios afetados. Entretanto, uma minoria, composta por 425 municípios, testemunhou um aumento no número de famílias assistidas no mesmo período. A distribuição desigual dos cortes e expansões destaca as variações regionais na demanda e composição das famílias cadastradas.
Como o governo justifica os cortes?
O Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS) esclareceu que a redução no número de beneficiários está relacionada à qualificação dos registros no Cadastro Único. Este processo envolve a avaliação de inconsistências de renda, composição familiar e a atualização de registros. O objetivo é garantir que os benefícios cheguem às famílias que realmente necessitam, focando nos lares mais vulneráveis.
Ao longo de 2023 e 2024, foram intensificadas ações de busca ativa para incluir novas famílias no programa. Essa iniciativa resultou na inclusão de 2,86 milhões de famílias em 2023 e mais 2 milhões em 2024 no Bolsa Família, mostrando um compromisso do governo em expandir o alcance do programa social onde mais se precisa.
Quais são as perspectivas futuras para o Bolsa Família?
O futuro do Bolsa Família depende de um delicado equilíbrio entre a execução orçamentária e a necessidade de alcançar as famílias mais vulneráveis do país. Enquanto cortes podem aliviar a carga fiscal, a inclusão de novas famílias busca garantir que nenhum grupo em extrema necessidade seja deixado de lado. As políticas adotadas devem continuar a evoluir para responder às mudanças sociais e econômicas, buscando sempre a eficiência na distribuição de recursos.
