Isenção do imposto de renda pode atrasar corte da Selic – Entenda como isso afeta o seu bolso

Você quer saber por que a queda da Selic pode demorar mais do que o mercado esperava. O economista‑chefe Igor Barenboim, da Reach Capital, diz que a ampliação da isenção do Imposto de Renda vai liberar mais renda disponível para o consumo, elevar a demanda, pressionar a inflação e acabar adiando o momento em que o Banco Central se sentirá seguro para cortar juros, possivelmente só em abril de 2026.

  • Isenção do IR aumenta consumo e pressão sobre a inflação
  • Cortes da Selic devem ser adiados para abril de 2026
  • Inflação fica ligeiramente mais alta e atrasa a normalização dos juros
  • Banco Central mantém postura técnica e cautelosa
  • Juros mais altos por mais tempo elevam custo do crédito e risco para mercados

Queda da Selic pode ficar para abril de 2026, indicam novas projeções

Você pode ter que esperar mais tempo do que esperava para ver a redução da taxa básica de juros (Selic). Nova projeção de Igor Barenboim sugere que o início do ciclo de cortes só ocorreria em abril de 2026. A mudança está ligada à ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda (IR) para salários de até R$ 5 mil.

Principais pontos para você saber

A ampliação da isenção do IR deixa mais renda disponível no bolso das famílias. Segundo as simulações da Reach Capital, isso eleva a demanda agregada em 0,3% do PIB. Para você, significa mais consumo em setores com capacidade limitada (alimentos, combustíveis e serviços). Esse incremento, embora pequeno em termos absolutos, pode empurrar a inflação para cima no horizonte que o Banco Central (BC) observa ao definir a Selic.

Por que isso atrasa os cortes

O BC trabalha com um horizonte de inflação futuro ao decidir a Selic. Em janeiro de 2026, esse horizonte passará a cobrir o 3º trimestre de 2027. Sem a mudança no IR, os modelos projetavam inflação de 3,3% nesse ponto, dentro da margem alvo. Com a isenção, a projeção sobe para 3,4% no 3º trimestre de 2027 e só volta aos 3,3% no 4º trimestre de 2027. Por isso, os cortes de juros seriam empurrados para abril de 2026, segundo Barenboim.

Contexto do mercado e postura do BC

Até a reunião do Copom em setembro havia divisão entre analistas: alguns esperavam cortes já em janeiro de 2026, outros em março. Com o efeito fiscal da isenção, a janela se desloca para abril. Barenboim observa que o atual presidente do BC, Gabriel Galípolo, tem mantido uma postura técnica e cautelosa, preferindo sinais consistentes dos modelos antes de afrouxar a política monetária. Isso indica que o BC tende a priorizar previsibilidade e evitar decisões que comprometam sua credibilidade.

Veja também:  Estudo revela cenário crítico na educação brasileira. Veja:

Meta de inflação e limites

O Conselho Monetário Nacional (CMN) fixou meta de inflação de 3% ao ano, com tolerância de ±1,5 ponto até 2027 — ou seja, a meta operacional varia entre 1,5% e 4,5%. Projeções acima de 3,5% demandam maior atenção do BC. O avanço de 0,1 ponto percentual na projeção (de 3,3% para 3,4%) é pequeno, mas suficiente para alterar o calendário dos cortes num cenário de incerteza fiscal.

Impactos para sua carteira e a economia

Se a Selic ficar alta até o segundo trimestre de 2026, você pode sentir efeitos reais:

  • Crédito mais caro para famílias e empresas.
  • Custo maior para o financiamento da dívida pública.
  • Empresas adiando investimentos produtivos.
  • Possível reprecificação de ativos, pressão sobre o câmbio e maior volatilidade nos mercados.

Esses riscos aumentam se houver desalinhamento entre as ações do BC e a política fiscal do governo federal.

Conclusão

A perspectiva é de que a redução da Selic fique mais distante — possivelmente só em abril de 2026 — por causa da ampliação da isenção do IR, que libera renda disponível e puxa a inflação para cima. É como esperar o ônibus em dia de chuva: ele vem, mas o horário muda.

Para o seu bolso, isso significa efeitos concretos: crédito mais caro, maior volatilidade nos mercados e custos de financiamento elevados. Empresas podem adiar investimentos. O Banco Central deve seguir cauteloso para não perder credibilidade. Reveja sua carteira, cuide da liquidez e evite decisões impulsivas. Informação vale ouro quando a maré mudar.

Perguntas frequentes

  • O que é a isenção do Imposto de Renda proposta?
    É a ampliação da faixa de isenção para quem ganha até R$ 5.000 por mês. Significa mais renda líquida no bolso de muita gente.
  • Por que a isenção pode adiar a queda da Selic?
    A renda extra aumenta o consumo, pressionando a inflação. Com inflação mais alta, o Banco Central adia os cortes da Selic.
  • Quanto isso muda a economia na prática?
    A Reach estima um estímulo de 0,3% do PIB. A inflação projetada sobe 0,1 ponto no horizonte relevante, o que pode empurrar o corte para abril de 2026.
  • Quem decide o momento dos cortes e por quê?
    O Copom do Banco Central decide. Ele observa a inflação futura e modelos próprios; se as previsões não caírem, não corta a Selic.
  • Como isso pesa no meu bolso se a Selic ficar mais alta por mais tempo?
    Juros do cartão e empréstimo continuam altos. Financiamento e crédito ficam mais caros. Investimentos produtivos podem perder fôlego.

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