Dizer que as Brabas compensam os fracassos dos homens não seria exagero, mas sim mentira.
Porque as alegrias que trazem, neste já longo período de quase cinco anos de seca entre os homens, são diretamente proporcionais à importância que o país dá ao futebol feminino. Crescente, embora ainda incomparavelmente menor que o futebol masculino.
No Morumbi, com mais de 28 mil torcedores, como nunca havia acontecido ali, as Brabas saíram na frente, muito à frente das Soberanas, vencendo-as por 3 a 1, com o que podem perder no próximo domingo, em Itaquera, por um gol de diferença e ainda ser campeãs pela sexta vez, pentacampeãs seguidas.
O placar não reflete o que aconteceu em campo.
A frieza e a experiência dos alvinegros prevaleceram sobre a ansiedade dos tricolores.
E claro. Foi a oitava final consecutiva de um contra a primeira do outro.
A direção do São Paulo fez bem em levar o jogo para o Morumbi, pois só assim o futebol feminino, que já conquistou três pratas em Olimpíadas, assumirá cada vez mais a relevância vista em outros países.
QUANTO AO HOMEM…
Entre os homens o sofrimento continua.
Seria preciso ser muito otimista para contar com um único ponto contra o líder Botafogo.
Isso não justifica a covardia do time no primeiro tempo, como, de fato, provou o segundo tempo, quando poderia até ter trazido um empate que fecharia com chave de ouro a semana de euforia, meio autêntica, meio artificial, pela classificação na Copa do Brasil e pela contratação, deve-se repetir, irresponsável, de Memphis Depay.
No tão aguardado, adiado e tardio “Dia da Transparência” da diretoria, soube-se que a nova gestão aumentou a dívida do clube em mais R$ 200 milhões nos primeiros seis meses de gestão escandalosa.
Vai, Corinthians!
Ninguém sabe onde fica.
JOGO LOUCO
Como esperado, mesmo quando regulamentado, o jogo online gera preocupações entre aqueles que se preocupam mais com a saúde do que com a ganância.
A propaganda de apostas ilimitadas já gerou um projeto de lei da deputada federal e presidente do PT, Gleisi Hoffmann, para proibi-la assim como acontece com cigarros e bebidas.
Comunicadores milionários, ex-atletas e até mesmo atletas em atividade, além de treinadores de futebol, cinicamente enchem os bolsos e pedem que as pessoas joguem com moderação, como mero entretenimento, enquanto ajudam a viciar as pessoas, assim como fizeram com o álcool.
A poderosa empresa Globo faz parceria com uma empresa de cassino, entra de cabeça no mercado de apostas e levanta suspeitas quando seu jornalismo expõe lavagem de dinheiro de seus concorrentes. Será que é só para afastá-los?
Os profetas proliferam na pregação da teologia da prosperidade, porque tudo o que você precisa é de fé para se dar bem, e eles exploram os otários, esquecendo que é o banco que sempre ganha.
Os neopentecostais não sabem mais se condenam o jogo ou investem na busca pelo enriquecimento milagroso.
E a manipulação de resultados esportivos é desenfreada.
No dia 19, o Instituto Conhecimento Liberta (ICL) lança um documentário, do qual participo, às 20h, “O Jogo Sujo Que Ninguém Comenta”, em quatro capítulos devastadores.
“Ou restauramos a moral ou todos ficamos ricos”, pregava Sérgio Porto, o velho Stanislaw Ponte Preta.
Pobre Brasil.
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