Apesar das fracas atuações da seleção, da falta de grandes jogadores no meio-campo, nas pontas e na posição de centroavante, a seleção brasileira, se melhorar como um todo, ainda será uma das candidatas ao título da Copa do Mundo de 2026, já que todas as outras grandes seleções também têm problemas. A Espanha tem atualmente o maior número de jogadores brilhantes.
Vinicius Junior brilha muito menos pela seleção do que pelo Real Madrid. No entanto, tenho uma percepção diferente de suas atuações. Como ele tenta muitas jogadas individuais e é muito marcado, ele tem sucesso em poucas jogadas. Como o Real Madrid quase sempre vence, suas jogadas positivas se tornam decisivas e emocionantes.
Mas o oposto é verdadeiro para a seleção nacional. Como o time raramente vence, as jogadas espetaculares do jogador são esquecidas e quase tudo o que se fala são as muitas jogadas em que ele é desarmado. Contra o Paraguai, as duas grandes chances de gol do time saíram de suas belas jogadas, uma de chute de Arana dentro da área e outra de uma grande defesa do goleiro, após dribles e chute de Vinicius. Se os gols tivessem saído e o Brasil tivesse vencido, ele teria sido muito elogiado.
O posicionamento de Vinicius Junior é diferente em ambos os times. Antes da chegada de Mbappé, em seus melhores momentos no Real Madrid, Vini Jr. formava um trio com Rodrygo e Bellingham, com este último próximo dos outros dois, ou entre eles, com grandes toques que facilitavam a vida dos dois atacantes. Quando Benzema jogava como centroavante, ele recuava para receber a bola e deixava os espaços atrás dos zagueiros para Vinicius Junior correr na diagonal.
Nos melhores momentos do Liverpool sob Klopp, o centroavante Firmino voltava a jogar como armador, criando espaços abertos para os rápidos e habilidosos Salah e Mané. Foi assim que os melhores momentos do Cruzeiro sob Seabra foram. Matheus Pereira, jogando no centro, recuava para receber a bola e fazia excelentes passes para os dois pontas entrarem na diagonal.
Sem querer ser presunçoso, mas já sendo, na Copa de 1970 teve um meia-atacante improvisado como centroavante que facilitou a vida de Pelé e Jairzinho na hora de marcar gols.
Há muitas maneiras de formar um bom time, ter boas atuações e vencer. Uma opção para a seleção seria Paquetá, com seus toques precisos e inteligência criativa, jogando na frente, como tem feito, ao lado de Vini Jr e Rodrygo, entre outros. Obviamente, se o Brasil tivesse um centroavante clássico e excepcional, como Romário, Ronaldo, Reinaldo, Haaland e outros, a solução seria escalá-lo.
Para formar um grande time, jogadores próximos, com características diferentes e que se complementem são mais importantes do que o tempo que jogam juntos.
Quando treinei pela primeira vez com Dirceu Lopes e Evaldo, no Cruzeiro, parecia que jogávamos juntos há mil anos.
O time precisa encontrar novos caminhos. Confesso que às vezes me canso de ver as mesmas estratégias e repetições das mesmas ideias e conceitos. Não desisto porque sempre há esperança de que algo diferente surja, um sopro de talento individual e coletivo.
A vida é um sonho.
LINK PRESENTE: Gostou deste texto? Assinantes podem acessar qualquer link sete vezes por dia gratuitamente. Basta clicar no F azul abaixo.