Imagine descobrir que decisões judiciais podem ser compradas… e que um assassinato brutal expôs tudo. Foi exatamente isso que a Polícia Federal revelou com a prisão de cinco suspeitos ligados a um esquema de venda de sentenças judiciais e ao homicídio do advogado Roberto Zampieri, ocorrido em dezembro de 2023, em Cuiabá (MT).
O que motivou a investigação da PF?
A Operação Sisamnes, agora em sua 7ª fase, já vinha investigando corrupção no Judiciário, principalmente no Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJ-MT) e no Superior Tribunal de Justiça (STJ). Mas a morte de Zampieri acendeu um novo alerta.
O advogado, que teria informações comprometedoras sobre o suposto esquema, foi executado friamente. A brutalidade do crime levantou suspeitas de que ele havia sido silenciado — e foi aí que a PF aprofundou as investigações.
Quem são os presos e o que o grupo planejava?
Entre os cinco detidos, está o fazendeiro Aníbal Manoel Laurindo, apontado como mandante do assassinato. O executor, segundo a própria confissão, é Antônio Gomes da Silva. Outros nomes envolvidos incluem o instrutor de tiro Hedilerson Fialho Martins Barbosa e o coronel reformado do Exército Etevaldo Caçadini de Vargas.
Mas o que mais chamou a atenção foi a existência de uma organização criminosa com nome e tabela de preços. Chamado de “Comando C4” (sigla para Comando de Caça a Comunistas, Corruptos e Criminosos), o grupo operava como um verdadeiro esquadrão da morte.
A tabela de execuções incluía valores que iam de dezenas de milhares de reais até R$ 250 mil por um ministro do STF. Um verdadeiro mercado da morte.
Qual o papel da Justiça nessa trama?
A operação foi autorizada pelo ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF). Ele também determinou medidas cautelares, como uso de tornozeleira eletrônica e recolhimento domiciliar noturno para investigados que ainda não foram presos.
Além das prisões, a PF cumpriu mandados de busca e apreensão em três estados e no Distrito Federal, reforçando a amplitude do esquema.
O que vem agora?
O caso segue em investigação, e os próximos passos devem aprofundar as conexões entre os réus, o Judiciário e outros possíveis alvos da quadrilha. O escândalo expôs uma teia de corrupção que vai muito além de sentenças vendidas — e coloca em xeque a credibilidade da Justiça brasileira.
A cada nova fase da operação, a verdade se aproxima — e o Brasil acompanha atento os desdobramentos dessa história que mais parece roteiro de filme, mas é pura realidade.
Perguntas frequentes (FAQ)
O que é a Operação Sisamnes?
É uma investigação da Polícia Federal que apura venda de sentenças judiciais e corrupção em tribunais brasileiros, incluindo o TJ-MT e o STJ.
Quem foi Roberto Zampieri?
Advogado assassinado em Cuiabá, em dezembro de 2023. Ele teria informações sobre o esquema criminoso e por isso pode ter sido morto.
Quem são os principais presos na operação?
O fazendeiro Aníbal Laurindo (mandante), Antônio Gomes da Silva (executor), além de outros envolvidos ligados a milícias e ao Exército.
O que é o Comando C4?
Uma organização criminosa que atuava como milícia privada, com uma tabela de preços para assassinatos sob encomenda.
Quanto custava uma sentença ou execução?
A PF descobriu valores altíssimos para crimes sob encomenda, chegando a R$ 250 mil para matar um ministro do STF.
O STF está envolvido?
Até o momento, o STF não é alvo direto, mas decisões judiciais fraudulentas são investigadas, e a operação tem apoio do ministro Cristiano Zanin