Se você é aposentado ou pensionista, talvez já tenha se perguntado: “Será que pegar um empréstimo agora vale a pena?” Com as mudanças recentes para os beneficiários do INSS e a nova realidade econômica do Brasil, essa pergunta é mais relevante do que nunca. Aqui eu vou mostrar os pontos positivos e negativos, o que mudou em 2025, e como decidir de forma segura.
O que mudou em 2025 para aposentados no crédito consignado
- O teto de juros para empréstimo consignado foi ajustado em janeiro de 2025. Para empréstimos convencionais com desconto em folha pelo INSS, o limite máximo passou a ser 1,80% ao mês.
- A margem consignável (percentual da aposentadoria que pode ser comprometido) continua em 45% da renda mensal, distribuída assim: 35% para empréstimo pessoal consignado; 5% para cartão de crédito consignado; 5% para cartão benefício consignado.
- Em 2025, o prazo máximo para pagamento dos empréstimos consignados pelo INSS foi estendido de 84 para 96 meses, o que ajuda a diluir o valor das parcelas mensais.
Vantagens e desvantagens de fazer empréstimo sendo aposentado em 2025
Vantagens
- Taxas de juros mais controladas
Com limite legal e maior fiscalização, o consignado continua sendo uma das melhores opções de crédito para quem tem benefício do INSS. Se você conseguir juros próximos ao teto, já evita taxas absurdas como de empréstimos pessoais ou rotativos de cartão. - Desconto automático
Como a parcela é descontada diretamente da aposentadoria, o risco de atraso diminui. Isso pode facilitar o planejamento mensal, já que você sabe exatamente o que será descontado. - Maior prazo de pagamento
Com os 96 meses possíveis, é possível parcelar de forma que a parcela mensal fique mais “amigável” ao orçamento. - Margem que respeita benefícios
Mesmo com empréstimo, há uma parcela da aposentadoria que será preservada, porque a margem consignável define quanto pode ser comprometido. Você mantém parte para necessidades básicas.
Desvantagens/Riscos
- Juros ainda elevados
Mesmo com o teto, 1,80% ao mês pode gerar custo alto no total, dependendo do prazo. Se estender muito, paga-se muito além do valor emprestado. - Redução do benefício mensal disponível
Se você comprometer grande parte da aposentadoria com parcelas, sobra menos para despesas essenciais como alimentação, remédios, imprevistos. - Endividamento crescente
Usar o empréstimo para cobrir outras dívidas ou para despesas de consumo pode virar bola de neve. Se não for uma necessidade, pode piorar a situação. - Custo oculto / tarifas
Além dos juros, existe o Custo Efetivo Total (CET) que inclui tarifas, seguros, comissões. Esses extras podem fazer diferença grande. Sem uma simulação atenta, é fácil subestimar o custo real.
Quando “vale a pena” — situações ideais
Você pode considerar fazer um empréstimo sendo aposentado em 2025 nos casos abaixo:
- Para quitar dívidas com juros muito altos, como cartão de crédito ou cheque especial. Trocar dívida cara por consignado pode reduzir o custo total.
- Para resolver urgências importantes — saúde, consertos domésticos essenciais, ou outras despesas que não podem esperar.
- Quando o valor da parcela for aceitável dentro da margem consignável, de modo a não comprometer demais o benefício mensal.
- Se fizer simulações prévias, comparando instituições e condições, buscando o menor juro prático (não só nominal).
- Quando fizer planejamento financeiro para garantir que o empréstimo não gere consequências negativas ao longo prazo.
Quando não vale a pena
- Se for para gastos de lazer ou supérfluos — viagens caras, compras que você pode adiar.
- Se a parcela vai deixar você apertado para pagar contas básicas, remédios ou alimentação.
- Se já tiver muitos empréstimos consignados ativos ou margem consignável quase toda comprometida.
- Se você não fizer simulações ou não considerar o CET, taxas extras etc.
Como decidir com segurança
- Simule várias opções: use simuladores de bancos, o site Meu INSS, ferramentas de comparação para ver quanto vai pagar ao longo do tempo.
- Verifique a margem consignável disponível, para saber quanto pode comprometer sem extrapolar o limite legal.
- Leia o contrato completo, confira taxas, IOF, seguros embutidos, multas por atraso.
- Planeje o uso desse dinheiro: se for para quitar dívidas ou emergências, ótimo. Se for para consumo, reflita se não existe outra forma de ajustar orçamento.
- Inclua no seu planejamento financeiro: faça um plano de gastos, avalie quanto entra, quanto sai, o que pode ser cortado antes de recorrer ao crédito.
Conclusão
Em 2025, sim: vale a pena fazer um empréstimo para aposentado — mas somente se for bem planejado. O crédito consignado, com as regras atuais, oferece condições relativamente boas, mas ainda há riscos.
Se você está pensando em fazer isso, não decida no impulso. Leia, compare, simule, veja como isso se encaixa em seu orçamento.
Perguntas Frequentes (FAQ)
O que é o teto de juros para empréstimo consignado do INSS em 2025?
O CNPS determinou em janeiro de 2025 que o teto máximo para empréstimos consignados do INSS seja 1,80% ao mês.
Para cartões de crédito consignado ou cartão benefício, o teto permanece em 2,46% ao mês.
Qual é a margem consignável para aposentados em 2025?
A margem consignável é de 45% do benefício mensal: 35% para empréstimo pessoal consignado, 5% para cartão de crédito consignado, e 5% para cartão benefício consignado.
Posso comprometer toda a margem disponível?
Não é aconselhável comprometer toda a margem. Usar grande parte dela pode deixar você com pouco para despesas básicas. É melhor deixar uma folga para imprevistos.
O prazo de pagamento foi alterado recentemente?
Sim. Em 2025, o prazo máximo permitido para empréstimos consignados do INSS passou de 84 para 96 meses. Isso permite parcelas mais suaves, mas também significa juros acumulados por mais tempo.
Como evitar surpresas ou “pegadinhas” no consignado?
- Peça sempre o CET (Custo Efetivo Total), que mostra juros + taxas extras.
- Compare ofertas entre bancos diferentes.
- Verifique se há tarifas escondidas ou seguros obrigatórios.
- Não pegue mais do que realmente precisa.
- Analise seu orçamento mensal para ver se, mesmo com a parcela, sobra para viver bem.
Empréstimo consignado ou outra modalidade — o que escolher?
Se for para valores menores ou urgentes, outras linhas de crédito (como pessoal ou cartão com ofertas promocionais) podem parecer tentadoras — mas costumam ter juros muito mais altos. O consignado geralmente será mais seguro e “barato” se for possível usar a margem e o desconto direto. Se puder, opte pelo consignado.