Você vai ler sobre a maior onda já registrada, que não veio do oceano, mas de um fiorde do Alasca. Um deslizamento de rocha colossal lançou água com força inimaginável: o evento criou um megatsunami que varreu a baía, redesenhou a paisagem e deixou cicatrizes visíveis até hoje. Houve poucos sobreviventes, muita destruição e um legado científico que mudou como especialistas entendem tsunamis e gerou alertas para o futuro.
- Megatsunami na Baía de Lituya foi causado por um enorme deslizamento
- Parede de água subiu até o topo de um arranha‑céu (maior que um prédio de 170 andares)
- Geografia do fiorde e encostas íngremes amplificaram a onda
- Alguns barcos e pessoas sobreviveram; muitos foram arrastados
- O evento deixou cicatrizes na paisagem e alertou a comunidade científica
A maior onda já registrada: o megatsunami de 524 metros na Baía de Lituya
No dia 9 de julho de 1958, um deslizamento gigantesco na Baía de Lituya, no Alasca, gerou a maior onda já registrada pela ciência. Uma massa de cerca de 90 milhões de toneladas de rocha e gelo despencou de aproximadamente 600 metros na enseada conhecida como Gilbert Inlet.
O deslocamento de água resultou numa parede que alcançou 524 metros de altura — altura superior ao topo de um prédio de 170 andares — e causou 5 mortes. Você lê aqui os fatos essenciais e as consequências científicas do evento.
O que aconteceu — resumo essencial
- Um terremoto na falha de Fairweather desencadeou o colapso da encosta.
- O impacto deslocou um volume enorme de água dentro do fiorde.
- A onda alcançou 524 metros, arrasando vegetação e solo ao longo de uma faixa extensa.
- O fenômeno foi classificado como megatsunami, pelo mecanismo de origem (deslizamento de massa) e pela altura extrema.
Contexto geográfico e mecânica do evento
A Baía de Lituya é um fiorde estreito com paredes íngremes. Esse formato em funil concentrou a energia do impacto e forçou a água a subir verticalmente. O deslizamento caiu de cerca de 600 metros, aumentando a força do choque. Como resultado, a onda subiu encostas e deixou um traço limpo na vegetação, visível até hoje em fotografias aéreas.
Vítimas, sobreviventes e relatos
- Havia três barcos na baía no momento do evento. Dois foram destruídos; um sobreviveu.
- O comandante do barco sobrevivente relatou que a embarcação foi levantada e surfou a crista da onda até a outra margem, escapando com ocupantes ilesos. Outros relatos descrevem pessoas arrastadas por quilômetros antes de se salvarem.
- Os demais pescadores e acampantes na região foram atingidos por troncos e detritos e perderam a vida. No total, 5 mortes foram registradas.
Impacto geológico e marcas deixadas
A onda arrasou uma área de cerca de 10 km², removendo árvores e solo até o topo das encostas. A cicatriz na vegetação é um registro físico do alcance vertical máximo da onda. Estimativas quantificam a energia liberada pelo deslizamento em valores comparáveis a uma explosão nuclear de 10–12 megatons, destacando a magnitude extraordinária do evento em ambiente não oceânico.
Comparações para dimensionar a altura
Para entender a escala: a parede de água de 524 metros é muito superior às ondas observadas em tsunamis oceânicos recentes. O tsunami do Oceano Índico em 2004 teve ondas na ordem de 30 metros; o tsunami do Japão em 2011 alcançou cerca de 40 metros em locais afetados. O evento de Lituya Bay foi mais localizado, mas muito mais intenso verticalmente — suficiente para superar a altura de um prédio de 170 andares.
Conclusão
O que aconteceu na Baía de Lituya parece cena de filme, mas foi real: o deslizamento gerou um megatsunami de 524 metros. A combinação de paredes íngremes, formato em funil do fiorde e uma massa colossal em queda pode criar ondas sem precedentes. Lições práticas: monitoramento, planejamento e atenção ao aquecimento global, que torna encostas mais instáveis. A paisagem ainda guarda cicatrizes; a ciência guardou respostas e novas perguntas. Riscos raros podem ser tremendamente concentrados — não é só curiosidade histórica. É um aviso.
Perguntas frequentes
- O que aconteceu na Baía de Lituya em 1958?
Um deslizamento de cerca de 90 milhões de toneladas caiu no fiorde, deslocando água e formando um megatsunami de 524 metros. - Como uma onda pode atingir 524 metros, maior que um prédio de 170 andares?
O fiorde estreito em forma de funil e as paredes íngremes concentraram a energia do impacto e empurraram a água para cima. - Quantas pessoas sobreviveram e quantas morreram?
Cinco pessoas morreram; alguns barcos e ocupantes sobreviveram com relatos de milagres. - Que marcas o megatsunami deixou na paisagem?
Arrancou árvores e solo numa faixa visível até o topo das encostas; cicatrizes ainda claras em fotos aéreas. - Esse tipo de desastre pode acontecer de novo por causa do aquecimento global?
Sim. Derretimento de geleiras e encostas instáveis aumentam o risco de deslizamentos semelhantes.