Os casos de malária entre indígenas, de janeiro a julho deste ano, aumentaram 12% em relação ao mesmo período do ano passado. Mais de 35 mil casos já foram registrados, o que representa o maior número de infectados na última década. As informações foram divulgadas pelo Ministério da Saúde para Gazeta do Povo.
A maior concentração de malária está no território Yanomami, em Roraima, onde foram diagnosticados quase 19 mil casos. O número mostra que para cada 10 indígenas da região, seis testaram positivo para a doença.
A malária é uma doença que afeta a população indígena do Brasil, principalmente na região amazônica, e é transmitida por mosquitos. A doença pode ser potencialmente fatal e apresenta sintomas como febre, dores no corpo e pele amarelada. Se não for tratada, pode evoluir para formas graves.
Dada a gravidade e o aumento dos casos, a Gazeta do Povo perguntou ao Ministério da Saúde sobre a causa e o que tem sido feito para controlar a doença. O ministério informou que “intensificou as ações de controle da malária em todos os territórios indígenas do país, como diagnóstico, tratamento, controle de vetores, drenagem de criadouros e educação sobre prevenção”.
Segundo o ministério, o aumento dos casos de malária entre indígenas se deve ao aumento de testes e cuidados com a saúde. “É importante ressaltar que quando há aumento do número de testes e consistência no atendimento à saúde, espera-se que haja aumento do número de casos da doença, reduzindo a subnotificação. Esse fenômeno é conhecido em epidemiologia como viés de diagnóstico“, explicou a pasta.
O Ministério da Saúde informou que os testes para diagnóstico de malária aumentaram em 16,4%. “O número de testes aumentou de 314,3 mil em 2022, para 365,9 mil em 2023. No primeiro semestre deste ano, foram realizados 235,8 mil testes”, disse.
Desde o início do atual governo, o presidente Lula tenta resolver a crise humanitária no território Yanomami, que ele atribui à gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro. No entanto, as ações do atual governo não têm sido suficientes para superar o problema na região. Em junho deste ano, a Gazeta do Povo revelou que o governo do PT vem escondendo dados sobre mortes de indígenas Yanomami ocorridas em 2024.