Cid Moreira, um dos ícones do jornalismo brasileiro, nos deixou, marcando o fim de uma era significativa na televisão do país. Internado no Hospital Santa Teresa, em Petrópolis, desde 4 de setembro, devido à insuficiência renal crônica, seu quadro se agravou, levando à sua morte por falência múltipla dos órgãos. O corpo do jornalista será sepultado em sua cidade natal, Taubaté, embora a data e o local ainda não tenham sido confirmados.
Nascido em 1927, Cid Moreira completou 97 anos pouco antes de seu falecimento. Com uma carreira que se estendeu por décadas, ele foi mais conhecido por seu trabalho como âncora do “Jornal Nacional”. No entanto, sua influência e presença na mídia foram além das transmissões noturnas, tocando em várias facetas do entretenimento e da comunicação.
Como Cid Moreira se Tornou o Rosto do Jornal Nacional?
A jornada de Cid iniciou-se no rádio, em 1944, quando foi descoberto por um amigo na Rádio Difusora de Taubaté. Sua transição para a televisão aconteceu na década de 1950, apresentando programas ao vivo na TV Rio. Porém, foi em 1969, no recém-criado “Jornal Nacional”, que ele realmente se destacou no jornalismo televisivo.
O “Jornal Nacional” representou uma revolução na mídia brasileira, sendo o primeiro telejornal em rede nacional. Cid dividiu a bancada com Hilton Gomes na estreia e, dois anos depois, iniciaria uma parceria duradoura com Sérgio Chapelin. Durante 26 anos, sua voz se tornou sinônimo de confiabilidade e informação para milhões de brasileiros.
Qual o Impacto de Cid Moreira no Jornalismo e Além?
Durante sua carreira, Cid Moreira não se limitou apenas ao “Jornal Nacional”. Ele também participou do “Fantástico” desde seu lançamento em 1973, alcançando ainda mais telespectadores. Sua narração do quadro de Mr. M, em 1999, adicionou um toque único à programação, reafirmando sua habilidade de engajar o público.
Além da televisão, Cid Moreira também dedicou tempo significativo à gravação de salmos e outros textos religiosos. Em 2011, cumpriu seu objetivo de gravar a Bíblia inteira, um projeto que foi amplamente reconhecido e bem-sucedido. Sua contribuição para a comunicação e cultura do Brasil foi documentada na biografia “Boa Noite – Cid Moreira, a Grande Voz da Comunicação do Brasil”, escrita por sua esposa, Fátima Sampaio Moreira.
Cid Moreira no Imaginário Popular Brasileiro
O icônico “boa-noite” de Cid Moreira na televisão brasileira é lembrado como uma parte fundamental da rotina de milhões de pessoas. Esse cumprimento noturno tornou-se um símbolo de qualidade e excelência no telejornalismo, algo que poucos conseguiram replicar desde então. Durante a Copa do Mundo de 2010, sua voz deu vida à famosa vinheta “Jabulaaani!”, mostrando sua capacidade de se adaptar aos tempos modernos enquanto ainda preservava sua identidade icônica.
A morte de Cid Moreira marca o fim de uma era, mas seu legado no jornalismo e na cultura brasileira permanecerá vivo por gerações. Sua trajetória é um testemunho do poder duradouro da comunicação e do impacto que uma voz única pode ter na sociedade.