Um novo projeto apresentado pelo Governo Federal deve alterar significativamente as regras do Imposto de Renda a partir de 2026. A proposta, que já foi enviada ao Congresso Nacional, prevê uma mudança na tabela de cobrança, beneficiando milhões de brasileiros de renda mais baixa, mas aumentando a carga tributária para cerca de 141 mil contribuintes de alta renda.
Segundo o Ministério da Fazenda, a medida é necessária para viabilizar a ampliação da faixa de isenção do IR para rendimentos mensais de até R$ 5 mil, um antigo compromisso da gestão Lula. Com isso, enquanto 10 milhões de brasileiros devem ser beneficiados, uma parcela da população com maior capacidade contributiva passará a pagar mais imposto.
Quem será impactado com a nova cobrança do Imposto de Renda em 2026?
De acordo com dados do governo, cerca de 141 mil contribuintes classificados como de alta renda terão que lidar com um aumento na alíquota do IR. Hoje, essa faixa é tributada com uma média efetiva de 2,5%, mas a proposta é elevar essa carga por meio de uma alíquota progressiva e escalonada.
Esse grupo representa menos de 0,1% dos contribuintes, mas responde por uma parte expressiva da arrecadação total. O objetivo do governo é equilibrar o sistema, garantindo justiça fiscal e promovendo a redistribuição de renda.
Entenda o que muda no Imposto de Renda com o novo projeto
A proposta encaminhada pelo Planalto contém pontos-chave que alteram a forma como o IR será cobrado a partir de 2026. Veja os principais destaques:
- Nova faixa de isenção: contribuintes com renda mensal de até R$ 5 mil ficarão isentos do IR;
- Redução de alíquota para quem recebe até R$ 7 mil por mês, aliviando a carga tributária para as camadas médias;
- Criação de uma alíquota progressiva para quem ultrapassa esse teto, com aumentos escalonados conforme a renda;
- A revisão da tabela do IR será feita com base em critérios de justiça social e equilíbrio orçamentário;
- A medida visa compensar as perdas de arrecadação provocadas pela ampliação da isenção.
Quem deve se preocupar com a nova cobrança?
O impacto maior será sentido pelos contribuintes de alta renda, especialmente aqueles com:
- Salários acima de R$ 15 mil mensais;
- Rendimentos extras com investimentos, imóveis e lucros empresariais;
- Pessoas físicas com patrimônio elevado e alta capacidade contributiva.
Para esse grupo, a alíquota efetiva do Imposto de Renda será maior, embora a cobrança continue respeitando os princípios da progressividade. Isso significa que quem ganha mais, paga mais – e proporcionalmente.
E os trabalhadores de baixa e média renda? Serão beneficiados?
Sim. De acordo com estimativas da equipe econômica, cerca de 10 milhões de contribuintes deixarão de pagar Imposto de Renda com a nova faixa de isenção. Outros milhões terão redução no valor pago graças às mudanças nas alíquotas intermediárias.
Esse é um dos pontos centrais da proposta: aliviar a carga sobre a classe média e os assalariados, ao mesmo tempo em que reforça a arrecadação nos estratos superiores.
Por que o Governo Lula quer mudar o Imposto de Renda agora?
A proposta de reforma do IR faz parte de um conjunto de medidas ligadas à reforma tributária, que visa simplificar e tornar o sistema mais justo. A promessa de elevar a isenção para R$ 5 mil vinha sendo discutida desde a campanha eleitoral de 2022, e agora está sendo viabilizada com a redistribuição da carga tributária.
Além disso, a proposta dialoga com os princípios de:
- Equidade fiscal;
- Redução da desigualdade;
- Maior transparência no sistema tributário.
Quando as mudanças devem entrar em vigor?
O projeto ainda precisa ser analisado pelo Congresso Nacional, mas a expectativa é que a aprovação ocorra ainda em 2025. Caso isso se concretize, as novas regras passam a valer já em janeiro de 2026.
Vale lembrar que o Congresso pode propor ajustes no texto original, então o formato final da reforma ainda pode sofrer alterações.
Como se preparar para as novas regras do IR em 2026?
É fundamental que os contribuintes, especialmente os de renda mais alta, comecem desde já a:
- Revisar sua declaração de IRPF e identificar pontos que possam ser otimizados;
- Consultar um contador para antecipar os impactos das novas alíquotas;
- Avaliar investimentos e fontes de renda que possam influenciar no cálculo do imposto.
Para quem está na faixa de isenção ou nas camadas médias, a recomendação é acompanhar as mudanças e verificar se o nome estará incluído na lista de beneficiários da isenção ampliada.
Conclusão: O que esperar do novo Imposto de Renda em 2026?
A proposta enviada pelo governo representa um marco na estrutura tributária brasileira. Com foco em justiça fiscal, o projeto tem potencial para beneficiar milhões de brasileiros, aumentando a isenção e reduzindo a carga para os que ganham menos.
Por outro lado, quem está no topo da pirâmide social terá um aumento proporcional na cobrança, algo que o governo considera necessário para equilibrar o sistema.
Agora, tudo depende da tramitação no Congresso Nacional, que deve ser acompanhada de perto por todos os contribuintes.