Nos últimos anos, o Brasil tem observado uma diminuição notável na pobreza infantil e adolescente. Em 2017, o número de crianças nesta situação era de 34 milhões, mas em 2023 este número caiu para cerca de 29 milhões, em um universo de 51,5 milhões de indivíduos jovens. Essa redução é atribuída a fatores como o aumento da renda familiar e a melhora no acesso às informações. Essa análise pertence ao relatório do Unicef sobre Pobreza Multidimensional na Infância e Adolescência no Brasil. Este estudo considera a privação de sete direitos básicos: renda, educação, informação, acesso a água potável, saneamento básico, moradia e proteção contra o trabalho infantil. A falta de acesso a qualquer desses direitos resulta em múltiplas privações que impactam o bem-estar geral das crianças.
Impacto da Renda Familiar e Políticas Públicas
A pesquisa revela que a melhoria mais significativa aconteceu no quesito renda: o percentual de crianças e adolescentes vivendo sem renda suficiente caiu de 25% em 2017 para 19% em 2023. Essa melhora está fortemente associada à expansão de programas sociais, como o Bolsa Família, que desempenham um papel vital na redução da pobreza ao oferecer suporte financeiro às famílias.
Desafios em Educação e Alfabetização
No campo educacional, os números sofreram variações ao longo dos anos. Um dos problemas destacados foi o aumento do analfabetismo entre crianças de 8 anos, refletindo as dificuldades enfrentadas durante períodos de interrupções escolares. O acesso desigual à educação de qualidade continua a ser um dos principais desafios para a garantia dos direitos infantis no país.
Diferenciação Regional nas Condições de Vida
O relatório aponta diferenças significativas entre áreas urbanas e rurais nas condições de vida das crianças. Em áreas rurais, a falta de acesso a serviços básicos como saneamento é alarmante. Apenas uma pequena fração dessas crianças tem acesso a saneamento básico, contrastando com as condições encontradas nas cidades. Esta disparidade regional exige medidas específicas para garantir a igualdade de acesso a todos os cidadãos.
A Importância de Medir a Pobreza Multidimensional
O Unicef destaca a necessidade de adotar a pobreza multidimensional como um indicador oficial no Brasil. Isso permitirá o desenvolvimento de políticas públicas mais eficazes, baseadas em dados concretos, para priorizar investimentos na infância e adolescência. Políticas intersetoriais coordenadas são fundamentais para assegurar que todos os direitos das crianças sejam plenamente atendidos, contribuindo para o desenvolvimento equitativo do país.
Este é um momento essencial para consolidar os avanços na redução da pobreza infantil e garantir que cada criança no Brasil tenha acesso completo aos seus direitos fundamentais.