Você precisa saber como o novo salário mínimo de 2026 vai mexer no seu bolso e nos benefícios sociais. O piso sobe R$ 109, de R$ 1.518 para R$ 1.627, e isso altera valores do BPC/LOAS, do seguro‑desemprego, do PIS/Pasep, das aposentadorias, pensões e auxílios do INSS e do FGTS. Abaixo, entenda quem pode ganhar mais, quem pode perder direitos e o impacto para famílias e empregadores.
Impacto imediato: quem ganha e quem depende
O aumento afeta benefícios que usam o salário mínimo como referência. Em muitos casos, o valor mínimo desses pagamentos passará a ser R$ 1.627, incluindo BPC/LOAS, seguro‑desemprego, abono salarial (PIS/Pasep), aposentadorias e auxílios do INSS. Também haverá efeitos nos cálculos do FGTS e em direitos trabalhistas.
BPC/LOAS e renda per capita
O BPC pago a idosos (65) e pessoas com deficiência de baixa renda será reajustado para R$ 1.627. O critério de renda per capita familiar, hoje fixado em 1/4 do salário mínimo, sobe para R$ 406,75, o que pode tornar mais famílias elegíveis ao benefício.
Seguro‑desemprego
A partir de 2026, a parcela mínima do seguro‑desemprego não pode ficar abaixo do salário mínimo: R$ 1.627. As faixas superiores, calculadas pela média salarial, também serão atualizadas conforme as tabelas anuais.
PIS/PASEP: valor e mudança de regra
O abono salarial (PIS/Pasep) terá como teto R$ 1.627. Quem trabalhou os 12 meses do ano‑base recebe o valor integral; quem trabalhou 6 meses recebe metade (R$ 813,50). Pelo pacote fiscal aprovado em 2024, a partir de 2026 o critério de renda para receber o abono deixará de ser atualizado pelo salário mínimo e passará a ser corrigido apenas pelo INPC, o que tende a reduzir o número de beneficiários ao longo dos anos. Há previsão de que, até 2035, terão direito apenas quem recebeu até 1,5 salário mínimo no ano‑base.
Aposentadorias, pensões e auxílios do INSS
Nenhum benefício do INSS pode ficar abaixo do salário mínimo. Assim, aposentadorias, pensões por morte, auxílio‑doença e auxílio‑acidente com valor mínimo serão ajustados para R$ 1.627. Regras que usam o piso como referência também serão atualizadas.
FGTS e outros direitos trabalhistas
O reajuste influencia o cálculo do FGTS (depositado à razão de 8% sobre o salário). Valores de horas extras, adicional noturno e adicionais por insalubridade para trabalhadores que recebem o piso serão recalculados sobre o novo mínimo. Também haverá impacto nas contribuições mínimas para segurados facultativos e para MEI, elevando custos para empregadores.
Conclusão
O aumento do salário mínimo para R$ 1.627 eleva o piso do BPC/LOAS, das aposentadorias, pensões e auxílios do INSS, aumenta a parcela mínima do seguro‑desemprego e fixa o teto do PIS/Pasep. Isso significa, na prática, mais renda para quem já recebe benefícios mínimos, mas também efeitos adversos: a mudança do critério do PIS/Pasep para correção pelo INPC tende a reduzir beneficiários ao longo dos anos, e custos para empregadores e MEI crescem.
Fique atento: verifique seus benefícios, atualize seu planejamento e, em caso de dúvida, procure orientação.
