Após o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) recomendar a volta do horário de verão ao governo federal, o órgão divulgou um estudo indicando que a mudança nos relógios pode trazer uma economia de até R$ 356 milhões em combustível para as termelétricas.
“Ainda segundo o relatório da Operadora, a aplicação do horário de verão, em cenários de afluências críticas, poderá trazer redução de até 2,9% na demanda máxima. A medida traz economia em custos operacionais de cerca de R$ 400 milhões entre os meses de outubro e fevereiro”, diz nota publicada pelo ONS nesta segunda-feira (23).
Essa redução de custos está relacionada ao fato de que o eventual retorno do horário de verão reduziria a dependência de usinas termelétricas. Isso resultaria em economia de combustíveis utilizados por esse tipo de usina, como gás natural, óleo combustível, óleo diesel e carvão.
Além disso, segundo o mesmo estudo, o país economizaria R$ 1,8 bilhão (ao longo de um ano) ao eliminar a necessidade de contratar energia de reserva para atender à demanda.
“Com base nas receitas dos projetos vencedores do Leilão de Reserva de Capacidade realizado em 2021 e uma redução estimada de cerca de 2 GW na carga de ponta em razão da aplicação do horário de verão, estima-se uma economia anual, em termos de pagamento de receita fixa aos projetos vencedores do leilão, da ordem de R$ 1,8 bilhão por ano”, diz a nota técnica do ONS.
O governo estuda a possibilidade de retomar o horário de verão como estratégia para superar a seca extrema no país. Com a falta de chuvas, há um esforço para preservar os reservatórios das hidrelétricas, o que leva a um maior uso de termelétricas, que são mais caras.
A decisão sobre a retomada ou não do horário de verão deve caber ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Na semana passada, no entanto, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, disse não estar convencido da necessidade de retomada do horário de verão.
“Ouvindo hoje estes técnicos e considerando a recomendação que foi feita, e nos termos em que foi dada, ainda não estou convencido da necessidade de decretar o horário de verão, tendo em conta a transversalidade desta medida”, disse à imprensa após reunião com técnicos do ONS que recomendaram o regresso do horário de verão.